Com o slogan “Keep America Great”, a campanha à reeleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um grande salto na semana passada. Apesar de ter iniciado precocemente em janeiro de 2017, o desdobramento do “Russiagate” já é considerado por muitos o principal pontapé para mais uma vitória do mandatário americano, desta vez na eleição de 2020. Na sexta-feira 22, o procurador Robert Mueller entregou ao secretário de Justiça dos EUA, William Barr, o relatório com a conclusão das investigações sobre o suposto conluio em 2016 da campanha de Trump com agentes russos. Sem divulgar a íntegra do documento, Barr informou que não houve conspiração e que não há indícios para acusar o presidente quanto à obstrução de Justiça. Apesar de controversa, a notícia veio em boa hora para os republicanos e adicionou pontos extras na batalha contra os democratas para as próximas eleições presidenciais. Como sempre, Trump não perdeu tempo e partiu para o ataque. “O relatório foi ótimo. Não poderia ter sido melhor”, disse comemorando o que chamou de “absolvição completa”. O site de campanha do presidente já está utilizando o episódio para fortalecê-lo. Ao acessar a página, o que se vê é a mensagem em inglês: “O partido Democrata levantou milhões para uma mentira. Agora nós brigamos de volta! Doe na próxima hora!”
É cedo para afirmar se essa última contenda vencida por Trump será capaz de reelegê-lo, mas é fato que trata-se de seu melhor momento desde a eleição. Afinal, foram quase dois anos em que tanto os passos do presidente quanto de seus assessores e membros de sua família foram minuciosamente analisados. Agora finalmente o presidente se vê livre do fardo – mesmo que parcialmente. A ameaça de impeachment contra o presidente, principal carta na manga do partido opositor, ficou enfraquecida. É bem verdade que ainda há o pedido dos democratas pela íntegra do relatório produzido pelo procurador. O argumento é que pode ter havido parcialidade na decisão do secretário de Justiça, uma vez que ele foi indicado pelo presidente. Enquanto o inteiro teor não aparece, os democratas aguardam e buscam um candidato à altura para disputar as eleições. O partido também resolveu atirar por outro lado para atingir Trump: nas promessas que não foram cumpridas, entre elas imigração, saúde pública e política fiscal.

NACIONALISMO Apoiadores de Trump estão eufóricos: governo começará a construir muro na fronteira com o México (Crédito:Stephanie Keith)

Muro na fronteira

Trump segue em franca campanha para mais um mandato. Na semana passada, mais uma vitória: o Pentágono anunciou a liberação de US$ 1 bilhão para levantar 91 quilômetros do muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Depois de ter os US$ 5,7 bilhões negados pelo Congresso, o presidente conseguiu o que queria ao declarar “estado de emergência nacional”. A medida é questionada por parlamentares que a consideram inconstitucional e que pode abrir precedentes para outros presidentes conseguirem verbas sem a aprovação do Congresso. Foi com manobras questionáveis, no entanto, que Donald Trump se tornou um bilionário empresário e o presidente dos Estados Unidos. Portanto, não é de se surpreender que ele esteja mais próximo da reeleição.