O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta segunda-feira (29) sua intenção de impor tarifas de 100% sobre filmes lançados nos Estados Unidos, mas produzidos no exterior, algo que já havia anunciado em maio.
Em uma publicação em sua plataforma Truth Social, o presidente republicano disse que essas tarifas são necessárias porque outros países “roubaram” a indústria cinematográfica dos Estados Unidos.
“Para resolver esse problema interminável, imporei tarifas de 100% sobre todos os filmes produzidos fora dos Estados Unidos”, afirmou.
Ele não especificou quando essas tarifas entrariam em vigor, nem mencionou se as séries de televisão, um setor de produção cada vez mais lucrativo e popular, seriam afetadas.
Em maio, Trump havia dito que “iniciaria imediatamente o processo de imposição de tarifas” sobre filmes produzidos no exterior, denunciando os “incentivos” oferecidos por outros países “para atrair nossos cineastas e estúdios para longe dos Estados Unidos”.
A ideia foi recebida com frieza pela maioria dos estúdios e sindicatos, que assinaram uma carta conjunta pedindo maiores incentivos fiscais para a produção audiovisual americana.
No final de junho, o Legislativo da Califórnia aprovou a duplicação dos créditos fiscais para a produção cinematográfica e televisiva, em um esforço para conter o declínio de Hollywood.
As implicações deste novo anúncio para a indústria cinematográfica permanecem incertas por enquanto.
A indústria cinematográfica americana enfrenta a concorrência de diversos programas de incentivo fiscal em todo o mundo (Reino Unido, França, Hungria, Tailândia, entre outros) para atrair produções de cinema e séries.
No entanto, alguns observadores temem que esta medida seja insuficiente para reanimar um setor importante, mas severamente deprimido, da economia americana.
Em Los Angeles, o número de dias de filmagem atingiu um recorde de baixa em 2024, sem contar o congelamento total da produção causado pela pandemia em 2020.
O governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, chegou a expressar sua disposição de trabalhar com Trump para implementar um plano federal de 7,5 bilhões de dólares (R$ 40 bilhões na cotação atual) para apoiar a produção em todo o país, na forma de créditos fiscais.
Trump também reiterou seu desejo de impor tarifas sobre móveis fabricados no exterior, sem especificar o valor ou o prazo.