O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fortalecido pelos resultados da investigação de Robert Mueller, recebe seu “amigo” Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, na Casa Branca na segunda-feira, 15 dias antes das eleições parlamentares em Israel.

Netanyahu anunciou que vai encurtar sua visita – inicialmente prevista para dois dias – depois que um foguete lançado da Faixa de Gaza chegou a uma casa ao norte de Tel Aviv, ferindo sete pessoas.

O primeiro-ministro israelense disse que voltará ao seu país logo após a reunião com Trump, prometendo responder “fortemente” a esse “ataque criminoso”.

Os dois líderes terão uma reunião no Salão Oval durante o dia. Trump espera dar apoio ao primeiro-ministro israelense, um homem que ele considera “duro, inteligente e forte”.

Para sua terceira reunião em Washington com Netanyahu, Trump oferecerá a seu parceiro a formalização do reconhecimento da soberania israelense sobre o território ocupado das Colinas de Golã.

Israel conquistou grande parte do Golã Sírio (1.200 km2) durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, antes de sua anexação em 1981, um movimento que a comunidade internacional sempre rechaçou.

Embora o magnata republicano tenha assegurado que a iniciativa não tem nada a ver com as eleições para renovar o Knesset, é difícil não enxergar essa relação.

– Cartazes publicitários gigantescos –

Netanyahu está sob ameaça de ser acusado de corrupção durante seu mandato de dez anos. E o ex-chefe de gabinete Benny Gantz é apresentado como um forte adversário para as eleições de 9 de abril.

O encontro no Salão Oval ocorre no mesmo dia em que Gantz participa de uma conferência do AIPAC, o principal lobby pró-Israel em Washington.

Desde que foi empossado em janeiro de 2017, o ex-executivo de Nova York tomou muitas decisões em favor do Estado judaico, em particular com o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel em dezembro do mesmo ano, e a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para a Cidade Sagrada no mês de maio seguinte.

Mesmo de Washington, o presidente americano tem estado no centro da campanha israelense há semanas: os partidários de Netanyahu colocaram cartazes gigantescos dos dois líderes apertando as mãos nas entradas de Jerusalém e de Tel Aviv.

Netanyahu pode se gabar quando voltar de Washington de outra vitória diplomática. A primeira-ministra romena, Viorica Dancila, prometeu no domingo que mudará sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, uma medida contrária à corrente européia e à qual o presidente romeno se opõe.