Trump recebe Netanyahu e sugere remover permanentemente palestinos de Gaza

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Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca 03/02/2025 REUTERS/Elizabeth Frantz Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz

O presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu nesta terça-feira o deslocamento permanente dos palestinos de Gaza, dizendo que as pessoas da região não tinham alternativa a não ser deixar o enclave palestino devastado pelo ataque militar de Israel.

Trump, que se reuniria com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu nesta terça-feira, sugeriu o deslocamento dos palestinos de Gaza pela primeira vez em 25 de janeiro, pedindo que Egito e Jordânia recebessem mais pessoas. Questionado na época se estava sugerindo uma solução de longo ou curto prazo, ele disse: “Pode ser qualquer uma”.

Desde então, reiterou esse plano pelo menos quatro vezes, inclusive nesta terça-feira, quando disse que os palestinos da região poderiam ir para outros países além da Jordânia e também do Egito.

Jordânia, Egito e outras nações árabes, além de líderes palestinos, rejeitaram publicamente a ideia que, segundo os críticos, equivaleria a uma limpeza étnica.

Os comentários do presidente dos EUA ecoaram os temores palestinos de longa data de serem permanentemente expulsos de suas casas.

“Minha opinião sobre Gaza é muito diferente da de muitas pessoas. Acho que eles deveriam receber um pedaço de terra bom, fresco e bonito, e nós conseguiríamos que algumas pessoas colocassem o dinheiro para construí-lo e torná-lo agradável e habitável”, disse Trump a repórteres nesta terça-feira.

“Não sei como eles (palestinos) poderiam querer ficar”, disse Trump ao ser questionado sobre as reações dos líderes palestinos e árabes à sua proposta.

“Eles não vão querer voltar para Gaza”, afirmou Trump mais tarde, sobre sua proposta.

O ataque militar de Israel contra Gaza matou mais de 47.000 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, e provocou acusações de genocídio e crimes de guerra que Israel nega.

O ataque também deslocou internamente quase toda a população de Gaza e causou uma crise de fome. Atualmente, os combates estão interrompidos em meio a um frágil cessar-fogo.

O mais recente derramamento de sangue no conflito israelense-palestino, que já dura décadas, foi desencadeado em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas palestino atacaram Israel, matando 1.200 pessoas e tomando cerca de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses.