Trump rebate Netanyahu e diz que fome em Gaza é real: ‘Não se pode fingir’

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O presidente dos EUA, Donald Trump, protagoniza ofensiva contra Judiciário brasileiro Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rebateu nesta segunda-feira, 28, a afirmação do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, de que “não existe fome” na Faixa de Gaza e anunciou uma iniciativa para distribuir alimentos no enclave palestino.

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“Israel tem grande responsabilidade pelo fluxo de ajudas em Gaza”, disse Trump ao fim de uma reunião bilateral com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, na Escócia.

“Podemos salvar muitas pessoas, existe uma fome real, não se pode fingir”, acrescentou.

O presidente também declarou ter visto “imagens de crianças muito esfomeadas” no enclave, ao ser questionado sobre as palavras de Netanyahu, que disse que “não existe fome em Gaza” e que Israel permitiu a entrada de ajuda humanitária “durante toda a guerra”. “Do contrário, não haveria mais habitantes em Gaza”, destacou o premiê.

Segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas, 14 pessoas morreram de desnutrição aguda apenas no último domingo (27), elevando o total de óbitos por fome desde o início da guerra, em outubro de 2023, para 147, incluindo 88 crianças.

Pressionado, o governo de Israel iniciou pausas diárias nos combates para permitir o ingresso de ajuda humanitária, porém organizações internacionais afirmam que o fluxo ainda não é suficiente para satisfazer as necessidades da população local.

“Trata-se de um passo positivo no caminho certo, mas está claro que precisamos fazer chegar grandes quantidades de ajuda em uma escala muito, muito maior do que a que fomos capazes até agora”, disse o subsecretário da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, ressaltando que os itens distribuídos nos últimos dias ? inclusive por via aérea ? são “uma gota no oceano”.

Em meio a esse cenário, Trump anunciou que os EUA vão organizar “centros de distribuição de alimentos” em Gaza, porém sem dar mais detalhes. Desde o fim de maio, o fluxo de ajuda no enclave é controlado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), organização apoiada por EUA e Israel e que é acusada pelo Hamas de atrair civis necessitados para armadilhas mortais.

Nos últimos dois meses, mais de mil pessoas foram assassinadas enquanto buscavam ajuda nos pontos de distribuição da GHF. (ANSA).