O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira (15) que queria matar o presidente sírio, Bashar al-Assad, em 2017, mas seu então secretário da Defesa, Jim Mattis, foi contrário a essa decisão.

“Preferia tê-lo eliminado. Tinha tudo preparado”, disse Trump à Fox.

“Mattis não queria fazer isso. Mattis era um general muito superestimado, e eu o deixei ir”, criticou.

As declarações de Trump apoiam informações publicadas em 2018 no livro “Fear: Trump in the White House”, do jornalista Bob Woodward, do jornal “The Washington Post”. À época, foram negadas pelo presidente.

“Isso nem foi cogitado”, disse Trump a repórteres em 5 de setembro de 2018.

Trump aclamou Mattis como “um grande homem”, quando o nomeou para chefiar o Pentágono. A relação acabou sofrendo um intenso desgaste, com atritos cada vez mais visíveis. O general reformado renunciou ao cargo no final de 2018.

Trump considerou assassinar Assad depois que o governo sírio lançou um ataque químico contra civis, em abril de 2017.

De acordo com o relato de Woodward, Trump disse que as forças dos EUA deveriam “entrar” e “matar” Assad.

Woodward – famoso por descobrir o escândalo do Watergate que levou à renúncia do então presidente Richard Nixon no início da década de 1970 – acrescenta no livro que Mattis disse ao presidente que “se dedicaria a isso”, mas depois voltou com planos para um ataque aéreo limitado.

Trump disse à Fox que não lamentava ter considerado matar Assad e que, se tivesse feito isso, “ele poderia ter vivido com isso”.

“Certamente eu não o considerava uma boa pessoa. Tive a chance de eliminá-lo, se eu quisesse, mas Mattis foi contra”, insistiu o presidente.

“Mattis era contra todas essas coisas”, acrescentou.

A Síria vive uma guerra civil devastadora que deixou centenas de milhares de mortos. O governo Bashar al-Assad é acusado de uma série de crimes, incluindo tortura, execuções sumárias, estupro e uso de armas químicas.