Trump promove interferência não vista ‘desde a Guerra Fria’ no Brasil, diz revista

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O presidente dos EUA, Donald Trump, protagoniza ofensiva contra Judiciário brasileiro Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

A The Economist publicou na quinta-feira, 24, uma reportagem em que classifica a ofensiva do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil como uma “chocante agressão” que não é vista desde a Guerra Fria.

Conforme a revista britânica, a imposição de tarifas de 50% sobre as importações brasileiras ao país e a revogação de vistos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) configuram uma interferência profunda na América Latina.

A publicação faz uma análise sobre a relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o homólogo americano, apontando diferenças ideológicas que desencadearam conflitos — como a regulação das redes sociais.

O xadrez de Trump e Lula

A defesa da soberania nacional ganhou espaço no discurso de Lula, que se apropria do tema para superar a crise de popularidade que enfrentava até o tarifaço. A reação do petista às tarifas agradou boa parte dos brasileiros, conforme demonstraram pesquisas.

O anúncio das taxas, em 9 de julho, teve menção nominal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo por uma suposta tentativa de golpe de Estado. A intenção de Trump era fortalecer o aliado, mas o resultado foi oposto, como reportou o jornal americano The Washington Post, dizendo que o tiro do republicano “saiu pela culatra”.

Nos mesmos termos, a revista The Economist também categorizou as retaliações da Casa Branca como uma “autossabotagem”. “Se atrair a ira de Trump deveria fortalecer a direita brasileira antes das eleições gerais do ano que vem, o plano está saindo pela culatra”, concluiu a reportagem.