O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, veio a público mais uma vez para criticar Volodymyr Zelensky, acusando o líder ucraniano de não aceitar os termos para um acordo de paz proposto pela Casa Branca para encerrar a guerra com a Rússia.
A mais recente proposta prevê a concessão de todo o território ucraniano ocupado por tropas russas, o que inclui a península da Crimeia, anexada ilegalmente em 2014.
“São declarações inflamadas como as de Zelensky que tornam tão difícil resolver essa guerra. Ele não tem nada do que se gabar! A situação da Ucrânia é terrível. Ele pode ter paz ou pode lutar por mais três anos antes de perder o país inteiro”, publicou o republicano em seu perfil nas redes sociais.
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Horas antes, o ucraniano havia afirmado que seu país jamais aceitaria a ocupação da Crimeia pela Rússia como legal. “Isso viola nossa Constituição. Este é o nosso território, o território do povo da Ucrânia.”
EUA e Rússia alinhados
O vice-presidente americano, J.D. Vance, apresentou alguns pontos da proposta dos EUA, claramente alinhados aos objetivos do presidente russo, Vladimir Putin. Entre eles, estão um “congelamento” das linhas territoriais impostas pela guerra, a aceitação da anexação russa da Crimeia e a promessa de que a Ucrânia não se unirá à Otan, a aliança militar e política que congrega 29 países da Europa e América do Norte.
A Rússia ocupa atualmente cerca de 20% da Ucrânia. A proposta de ceder esse território para o domínio russo vai contra o consenso difundido após a Segunda Guerra Mundial de que as fronteiras internacionais não devem ser alteradas por meio da força.
Questionado por repórteres na Casa Branca se o governo procurava reconhecer a soberania da Rússia sobre a Crimeia, Trump disse que só queria ver a guerra terminar. “Não tenho favoritos. Não quero ter favoritos. Quero fazer um acordo”, afirmou.