WASHINGTON, 13 ABR (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, compartilhou uma mensagem em seu perfil no Twitter que pedia a demissão do diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, para tentar se defender das acusações de que não tomou as medidas necessárias para enfrentar o novo coronavírus (Sars-CoV-2).

“Fauci está dizendo que se Trump tivesse ouvido os especialistas médicos mais cedo, ele poderia ter salvado mais vidas. Fauci disse às pessoas em 29 de fevereiro que não havia nada para se preocupar e afirmou que não havia uma grande ameaça para a saúde pública dos EUA. Hora de #DemitirFauci”, escreveu a ex-candidata republicana ao Senado DeAnna Lorraine. Trump então compartilhou a mensagem e escreveu “Desculpe, Fake News, está tudo gravado. Eu bani a China muito antes das pessoas falarem. Obrigada”, disse relembrando uma decisão que tomou no início de fevereiro.

Os dois referiam-se a uma entrevista dada pelo principal conselheiro médico da Casa Branca durante a pandemia para a emissora “CNN”, sempre criticada pelo presidente. Durante a reportagem, Fauci afirmou, sem citar o nome de Trump, que “se tivéssemos iniciado a mitigação mais cedo, poderíamos ter salvado vidas” e que “se tivéssemos fechado tudo, poderia ter sido diferente”. “Mas, havia uma forte oposição”, disse ainda o especialista ao se referir ao governo de forma geral.

Além da mensagem de Lorraine, Trump retuitou uma série de mensagens de apoio a ele, destacando sua atuação no combate à pandemia.

Nas últimas semanas, diversas matérias da mídia norte-americana apontam que o presidente dos EUA ignorou relatórios de militares – enviados desde dezembro do ano passado – de que uma pandemia poderia ocorrer a qualquer momento, já que o vírus estava se espalhando muito rapidamente pela China.

No entanto, Trump relutou a tomar medidas de isolamento social rapidamente, coisa que só começou a ordenar quando os casos no país começaram a aumentar consideravelmente. Agora, os EUA são o país com o maior número de casos de contágio – com 557.590 confirmados – e com o maior número de mortes – com 22.109 vítimas.