WASHINGTON, 12 JUL (ANSA) – O Comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que investiga o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021 comunicou nesta terça-feira (12) ao Departamento de Justiça que o ex-presidente Donald Trump tentou adulterar uma das testemunhas do inquérito que ainda não prestou depoimento pubicamente.   

“Depois da nossa última audiência, o ex-presidente Trump tentou chamar uma testemunha em nossa investigação. Uma testemunha que vocês ainda não viram nessas audiências”, disse Liz Cheney, vice-presidente republicana da comissão.   

De acordo com a congressista americana, a testemunha se recusou a responder ou retornar à ligação do magnata e, em vez disso, alertou seu advogado sobre o contato. A defesa, por sua vez, disse ao comitê, que forneceu essa informação ao Departamento de Justiça.   

Cheney relatou o caso no final da audiência, evocando uma tentativa de Trump de subornar testemunhas. Esta não é a primeira vez que ela levanta tentativas de adulteração por parte do republicano.   

Hoje, foram analisadas as conexões entre aliados do ex-presidente e grupos extremistas de extrema-direita. A sétima sessão focou nos laços entre os membros do círculo íntimo de Trump e os grupos Proud Boys e Oath Keepers.   

A audiência contou com vários depoimentos em vídeo do ex-advogado da Casa Branca Pat Cipollone e de duas testemunhas presenciais, Jason Van Tatenhove, ex-porta-voz do Oath Keepers, e Stephen Ayres.   

As testemunhas mostraram evidências de que o ex-presidente planejou uma marcha até o Congresso, como de fato ocorreu, e, além disso, quis usar o aparato do Estado para apreender máquinas de votação.   

De acordo com documentos obtidos dos Arquivos Nacionais, Trump chegou a revisar uma mensagem no Twitter, cuja publicação não foi feita, que dizia: “Farei um grande discurso às 10h do dia 6 de janeiro no Ellipse (Sul da Casa Branca). Por favor, chegue cedo, multidões enormes esperadas. Marcha para o Capitólio depois. Parem o roubo!!”.   

Durante a audiência, foi revelado que o republicano planejava que a passeata parecesse espontânea e “esperava”, inclusive, que “todos” os funcionários da Casa Branca participassem. As informações enfraquecem as alegações de Trump de que não teve envolvimento na marcha até o Capitólio. (ANSA)