O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta segunda-feira (11) à Justiça de Nova York que adie em pelo menos um mês o seu julgamento criminal por um caso de pagamentos a uma ex-atriz pornô, até que a Suprema Corte se pronuncie sobre sua reivindicação de imunidade presidencial.

Trump, de 77 anos, candidato republicano à Presidência, deve ir a julgamento em Manhattan em 25 de março, acusado de falsificar registros comerciais de sua empresa Trump Organization para ocultar US$ 130 mil (R$ 430 mil, na cotação da época) pagos a Stormy Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, pouco antes das eleições presidenciais de 2016.

Segundo a acusação, ela teve que manter silêncio sobre um suposto relacionamento sexual com o magnata em 2006, quando ele já estava casado com Melania Trump.

O empresário nega ter tido qualquer relação extraconjugal com a atriz.

O promotor de Nova York Alvin Bragg o acusa de 34 delitos de fraude contábil, que podem ser punidos com até quatro anos de prisão se for considerado culpado.

Os advogados do magnata invocam o argumento de que ele goza de imunidade penal por ser ex-presidente do país, uma questão que será debatida pela Suprema Corte federal em Washington a partir de 25 de abril.

De acordo com um documento judicial datado de 7 de março e divulgado nesta segunda-feira pela Suprema Corte do estado de Nova York, a defesa argumenta que esse “tribunal deveria adiar o julgamento até que a Suprema Corte (federal) reveja o alcance da doutrina da imunidade presidencial”.

Em 6 de março, o tribunal máximo dos Estados Unidos marcou 25 de abril como a data para seus nove magistrados debaterem sobre a imunidade penal reivindicada por Trump em sua qualidade de ex-presidente (2017-2021), após retomarem essa discussão em 28 de fevereiro, oito meses antes das eleições presidenciais.

Em outro caso de difamação que Trump perdeu recentemente contra a escritora E. Jean Carroll, pelo qual foi condenado a pagar US$ 83 milhões (aproximadamente R$ 410 milhões), sua advogada, Roberta Kaplan anunciou, nesta segunda, a possibilidade de apresentar uma terceira ação, também por difamação.

“O prazo de prescrição por difamação na maioria das jurisdições é de um a três anos. Como dissemos após o último veredicto do júri, seguimos vigiando cada declaração que Donald Trump faz sobre nossa cliente, E. Jean Carroll”, disse a advogada em comunicado enviado à AFP.

O candidato, que enfrenta quatro processos penais, busca através de várias medidas que seus julgamentos sejam realizados o mais tarde possível, após as eleições de 5 de novembro.

Trump deve comparecer perante um tribunal de Nova York em 25 de março, a primeira vez para um ex-presidente dos Estados Unidos, por pagamentos à ex-estrela pornô Stormy Daniels.

O promotor de Nova York, Alvin Bragg, o atribui 34 acusações de fraude contábil que podem resultar em até quatro anos de prisão se for considerado culpado.

No entanto, a Justiça poderia impor uma pena alternativa e não enviá-lo para a prisão.

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