O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exortou nesta quarta-feira (24) seu contraparte turco, Recep Tayyip Erdogan, a limitar as ações militares de seu país contra posições curdas no nordeste da Síria.
Erdogan tinha prometido horas antes em um discurso seguir adiante com a ofensiva de seu Exército.
A Turquia lançou no sábado a operação “Ramo de Oliveira” juntamente com rebeldes sírios para expulsar as Unidades de Proteção Popular curdas (YPG) de seu enclave em Afrin, no norte da Síria.
Erdogan disse que a ofensiva “continua de forma exitosa” e que os combatentes de oposição sírios e as forças turcas “estão tomando o controle de Afrin passo a passo”.
“A operação continuará até que o último terrorista seja neutralizado”, prometeu.
Em um telefonema, Trump o convidou a reduzir o nível da tensa situação na região.
Mísseis disparados da Síria deixaram dois mortos na quarta-feira em um povoado do sul da Turquia, Kilis.
Ancara considera as YPG um grupo terrorista vinculado ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que há três décadas lança uma insurgência na Turquia e também é considerada terrorista pelos turcos e seus aliados.
No entanto, as YPG colaboram com Washington contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) em Paris, desafiando as reiteradas advertências da Turquia.
As ações da Turquia provocaram preocupação entre seus aliados na Otan, que temem que a operação vá impedir a luta contra o EI e prejudicará os esforços para alcançar a paz na Síria após sete anos de guerra.
“Nós nos encontramos em uma fase muito, muito crítica”, disse nesta quarta-feira (24) o emissário da ONU para a Síria, Staffan De Mistura, antes do início de uma nova rodada de negociações para buscar uma solução para o conflito, que será celebrada em Viena entre quinta e sexta-feira.