A Trump Organization voltou aos holofotes, mais uma vez, mas de maneira negativa. A holding do ex-presidente americano Donald Trump foi indiciada por 15 acusações em um tribunal do Estado de Nova York, que vão da evasão fiscal à falsificação de balanços das empresas do magnata desde 2005. O alvo das acusações ainda não é diretamente o ex-mandatário. Nesta fase, o executivo-chefe financeiro da Trump Organization, Alan Weisselberg, foi acusado de sonegar impostos de US$ 900 mil e não declarar bens no valor de US$ 1,7 milhão. Weisselberg, de 73 anos, trabalha para Trump há 48 anos. As acusações contra Weisselberg e a Trump Organization podem detonar os planos do magnata de concorrer de novo à Casa Branca em 2024.

O ex-mandatário ainda possui bastante apoio popular nos EUA e no Partido Republicano. No mês passado, o Senado americano derrubou mais uma tentativa de formar um comitê independente para investigar o papel de Trump nos episódios de 6 de janeiro, quando uma multidão invadiu o Capitólio em Washington, após ter sido incitada pelo mandatário. Trump insiste, sem nenhuma prova, que houve fraude na eleição presidencial do ano passado e esta fantasia é repetida por seus seguidores. Mesmo assim, o caso Weisselberg tem potencial para arruinar e levar a Trump Organization mais uma vez à falência. A ex-nora de Weisselberg, Jeniffer, entregou aos procuradores de Nova York uma série de documentos que incriminariam seu ex-sogro. Por isto, muita gente vê a Trump Organization à beira do precipício. Weisselberg não declarou ao fisco estadual de Nova York a posse de um apartamento e dois carros Mercedes-Benz – este é o caso de ocultação de bens.

Trump reagiu de maneira intempestiva ao indiciamento de Weisselberg e do seu conglomerado. Em um encontro republicano em Sarasota, na Flórida, ele disse que as acusações são uma “caça às bruxas, politicamente motivada por radicais da esquerda Democrata”. Além das acusações em Nova York, Trump enfrenta atualmente outras 17 investigações. A mais avançada é a que verifica se ele tentou influenciar o resultado eleitoral das eleições presidenciais do ano passado no Estado da Geórgia, ao pressionar um funcionário do Partido Republicano para que ele mudasse os resultados eleitorais – a disputa foi vencida pelo presidente Joe Biden, do Partido Democrata. Weisselberg declarou-se inocente no dia 1º de julho, quando compareceu ao Tribunal Criminal de Manhattan. Os procuradores de Nova York podem ter documentos que incriminem a ele e ao ex-presidente.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias