Por Richard Cowan e Moira Warburton

WASHINGTON (Reuters) – Donald Trump tentou agarrar o volante da sua limusine presidencial em 6 de janeiro de 2021, quando a sua equipe de segurança se recusou a levá-lo ao Capitólio dos EUA, onde seus apoiadores estavam se revoltando, segundo depoimento de uma ex-assessora nesta terça-feira.

O então presidente minimizou as preocupações com o fato de que seus apoiadores estavam portando armas de fogo em seu comício naquele dia pouco antes da invasão do Capitólio, pedindo aos seguranças que parassem de checar o público com magnetômetros para que a multidão parecesse maior, disse a assessora.

Cassidy Hutchinson, assessora do ex-chefe de Gabinete da Casa Branca Mark Meadows, descreveu que apoiadores de Trump estavam armados com fuzis do tipo AR-15 e outras armas, em seu depoimento nesta terça-feira ao Comitê Selecionado da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.

Em vez disso, Trump expressou raiva com o Serviço Secreto, encarregado de proteger o presidente e que estava usando detectores de metal para manter pessoas armadas do lado de fora da área cercada onde o presidente fez um fervoroso discurso no qual repetiu as afirmações falsas de que o resultado das eleições de 2020 era fraudulento.

“Tirem as m* dos detectores daqui. Eles não estão aqui para me machucar”, teria dito Trump naquela manhã, segundo Hutchinson, em referência aos manifestantes armados.

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Os detectores de metal estão em prédios do governo norte-americanos e em eventos externos em Washington para proteger autoridades e turistas.

Após o comício, afirmou Hutchinson em seu depoimento, Trump discutiu com agentes do Serviço Secreto que se recusaram a levá-lo até o Capitólio enquanto seus apoiadores invadiam o edifício histórico, onde o Congresso se reunia para certificar a vitória do seu adversário, o presidente democrata Joe Biden, segundo Hutchinson.

“Eu sou a p* do presidente. Me levem até o Capitólio agora”, afirmou Trump irado, segundo Hutchinson. Ela acrescentou que Trump tentou, a partir do banco de trás do carro, agarrar o volante do veículo presidencial altamente blindado, conhecido como “A Fera”.

Foi uma das muitas revelações de Hutchinson em seu depoimento no sexto dia das audiências da Câmara sobre o ataque letal de 6 de janeiro ao Capitólio por apoiadores de Trump, motivado pelas suas falsas alegações de que a derrota na eleição de 2020 era o resultado de uma fraude.

Nas redes sociais, Trump negou ter agarrado o volante.

“A história Falsa dela de que eu tentei agarrar o volante da limusine da Casa Branca para direcioná-la ao prédio do Capitólio é ‘doente’ e ‘fraudulenta’”, escreveu Trump na Truth Social, seu aplicativo de redes sociais.

Quatro pessoas morreram no dia do ataque, uma delas baleada pela polícia e outras por causas naturais. Mais de 100 policiais foram feridos e um morreu no dia seguinte. Quatro policiais posteriormente morreram por suicídio.

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