O governo Donald Trump enviou uma carta ao secretário de Segurança do estado, Victor Santos, nesta terça-feira, 4, uma semana após a megaoperação que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, lamentando as mortes dos quatro policiais.
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No documento, o governo americano também se coloca “à disposição para qualquer apoio necessário”. O comunicado é assinado por James Sparks, do setor de Repressão às Drogas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
“Neste momento de luto, reiteramos nosso respeito e admiração pelo trabalho incansável das forças de segurança do Estado e colocamo-nos à disposição para qualquer apoio que se faça necessário”, diz o documento.
Na ação, dois policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e dois policiais civis morreram.
“É com profundo pesar que expressamos nossas mais sinceras condolências pela trágica perda dos quatro policiais que tombaram no cumprimento do dever, durante a recente Operação Contenção no Complexo do Alemão”, diz.
Deflagrada na última terça, a operação Contenção mirou líderes do Comando Vermelho que atuam nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio. Dos 121 mortos, quatro eram policiais. Os demais 117 estariam envolvidos com o crime organizado, segundo a polícia.
A ofensiva foi realizada para cumprir 100 mandados de prisão (incluindo 30 expedido pela Justiça do Pará). Um dos alvos principais, Edgar Alves de Andrade (conhecido como Doca ou Urso), e apontado como uma das principais lideranças da facção fora da cadeia, conseguiu escapar e encontra-se foragido.
Lula classifica operação como ‘matança’
Na quarta-feira, 4, o presidente Lula prometeu uma investigação independente sobre a operação policial que matou 121 pessoas no Rio de Janeiro na semana passada, incluindo quatro policiais.
“É importante ver em que condições se deu”, disse Lula a repórteres em Belém. “A ordem do juiz era uma ordem de prisão, não uma ordem de matança, e houve uma matança.”
A operação de 28 de outubro foi a mais letal da história do Brasil. A ação teve como alvo a facção criminosa Comando Vermelho, que controla o tráfico de drogas em várias favelas do Rio de Janeiro.
“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, disse Lula.