Trump transforma ‘Kennedy Honors’ com sua visão política

Os homenageados deste ano incluíram o astro do cinema Sylvester Stallone, o cantor country George Strait, a lenda da disco music Gloria Gaynor e a banda de rock KISS

BRENDAN SMIALOWSKI / AFP
O ator Sylvester Stallone, homenageado pelo Kennedy Center, recebe uma medalha do presidente dos EUA, Donald Trump Foto: BRENDAN SMIALOWSKI / AFP

Donald Trump, que promove uma abordagem nacionalista e conservadora da cultura nos Estados Unidos, foi o centro das atenções no domingo (7) como anfitrião da cerimônia de premiação do renomado Kennedy Center, um grande centro de arte em Washington.

O “Kennedy Center Honors” celebra anualmente um seleto grupo de artistas. Os homenageados deste ano incluíram o astro do cinema Sylvester Stallone, o cantor country George Strait, a lenda da disco music Gloria Gaynor e a banda de rock KISS.

+ Trump expressa dúvidas sobre compra da Warner Bros pela Netflix

+ Como Trump interfere na política interna de outros países pelo mundo

“Cada um deles tem uma história de sucesso e triunfo que só poderia ter acontecido nos Estados Unidos”, elogiou Trump ao falar dos laureados de 2025.

Os antecessores do republicano limitavam-se a acompanhar a cerimônia do camarote presidencial.

Mas Donald Trump, ex-apresentador de reality shows, subiu ao palco do centro de artes, cuja organização e direção ele transformou para proibir o que chama de “propaganda antiamericana”.

“É a noite mais bela na história do Kennedy Center”, declarou Trump, de 79 anos.

O Kennedy Center, um grande edifício branco com uma imponente arquitetura dos anos 1970, próximo ao rio Potomac, tinha uma tradição de neutralidade política e oferecia há mais de meio século uma programação cultural diversa.

Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump evitou este tipo de evento, depois que vários artistas disseram preferir não encontrá-lo, mas desta vez tudo foi diferente.

Nos anos anteriores, os laureados recebiam um colar com as cores do arco-íris, considerado “vulgar” pela administração Trump, mas em 2025 os artistas receberam uma medalha dourada oferecida pela joalheria Tiffany, que pertence ao grupo francês LVMH.

A nova direção do Kennedy Center, formada por pessoas fiéis ao presidente, eliminou os eventos que celebravam a comunidade LGBT. Atualmente, o centro organiza conferências da direita religiosa e eventos com artistas cristãos.

Segundo a imprensa americana, as vendas de ingressos diminuíram desde que Trump e seus aliados assumiram o controle do Kennedy Center.