Após se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, e conversar por telefone com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, Donald Trump disse neste sábado, 16, que a melhor maneira de pôr fim à terrível guerra entre a Rússia e a Ucrânia é chegar diretamente a um acordo de paz.
Mesmo sem ter chegado a um acordo de cessar-fogo na Ucrânia, Trump classificou o encontro com Putin, no Alasca, de “ótimo” e “bem-sucedido”.
“A reunião com o Presidente Vladimir Putin, da Rússia, correu muito bem, assim como um telefonema noturno com o presidente Zelensky, da Ucrânia, e vários líderes europeus, incluindo o respeitado Secretário-Geral da OTAN. Todos decidiram que a melhor maneira de pôr fim à terrível guerra entre a Rússia e a Ucrânia é chegar diretamente a um Acordo de Paz, que poria fim à guerra, e não a um mero Acordo de Cessar-fogo, que muitas vezes não se sustenta”, disse Trump em publicação na sua rede social Truth Social.
Trump anunciou também que irá receber Zelensky em Washington na segunda-feira. O presidente ucraniano agradeceu o convite para um novo encontro pessoal e disse que eles “discutiriam todos os detalhes sobre o fim da matança e da guerra”.
Será a primeira visita de Zelenskyy aos EUA desde que Trump o repreendeu por ser “desrespeitoso” durante uma reunião extraordinária no Salão Oval em fevereiro.
Trump estendeu o tapete vermelho na sexta-feira para Putin, que estava nos EUA pela primeira vez em uma década. Mas ele deu poucos detalhes concretos sobre o que foi discutido para tentar encerrar o conflito mais mortal na Europa em 80 anos.
“Se tudo correr bem, agendaremos uma reunião com o presidente Putin”, acrescentou o magnata republicano, sugerindo uma cúpula tripartite entre os líderes russo e ucraniano, mediada por Washington. “Potencialmente, milhões de vidas serão salvas”, concluiu Trump.
Em declaração conjunta, o Conselho Europeu – instituição que define as orientações políticas gerais da União Europeia – e líderes europeus se dispuseram a integrar as tratativas de paz.
“Os líderes saudaram os esforços do presidente Trump para interromper a matança na Ucrânia, encerrar a guerra de agressão da Rússia e alcançar uma paz justa e duradoura”, diz o comunicado, assinado pelos seguintes governantes: Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália), Friedrich Merz (Alemanha), Keir Starmer (Reino Unido), Alexander Stubb (Finlândia), Donald Tusk (Polônia), além de António Costa, chefe do Conselho Europeu, e Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Dificuldades
Em entrevista ao canal Fox News após o encontro, Trump indicou que um acordo “depende realmente do presidente Zelensky”, referindo-se ao presidente ucraniano. Putin, por sua vez, disse esperar que “o entendimento alcançado abra caminho para a paz na Ucrânia”, mas não deu detalhes.
Antes da reunião no Alasca, as posições de ambos os beligerantes eram irreconciliáveis.
A Rússia exige que a Ucrânia ceda quatro oblasts (regiões administrativas) parcialmente ocupados (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e à adesão à Otan.
Para Kiev, isso é inaceitável. Exige um cessar-fogo incondicional e imediato, assim como garantias de segurança futuras.
Donald Trump, que, desde a invasão russa à Ucrânia, gerou antagonismo entre as partes, há tempos fala em “concessões mútuas” no âmbito territorial.
Com informações da AFP