Trump e Zelensky discutem em reunião na Casa Branca; veja vídeo

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Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca Foto: REUTERS/Brian Snyder

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, travaram uma discussão nesta sexta-feira, 28, no Salão Oval da Casa Branca. Os dois chefes de Estado haviam se reunido para consolidar um possível acordo de minerais entre os países.

Durante a conversa, o ucraniano desafiou abertamente o republicano em relação a sua abordagem mais branda quanto ao presidente russo, Vladimir Putin. Veja o momento:

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Trump enfatizou que Putin deseja construir um acordo. “Você está apostando na Terceira Guerra Mundial”, disse Trump a Zelensky em determinado momento, pedindo gratidão pela ajuda americana.

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, interveio dizendo que era desrespeitoso da parte dele vir ao Salão Oval para litigar sua posição.

As pessoas estão morrendo. Vocês estão ficando sem soldados, sua posição não é boa“, disse Trump em um dos momentos mais duros da discussão. O chefe da Casa Branca afirmou que Zelensky deve aceitar o acordo, ou os EUA deixarão de prover ajuda militar a suas tropas.

O ucraniano, por sua vez, pediu que Trump “não faça um acordo com um assassino”, referindo-se ao presidente da Rússia.

Suporte americano

Os EUA são um dos principais patrocinadores internacionais do conflito e enviaram cerca de US$95 bilhões (R$ 548 bilhões, pela cotação do dia) em ajuda financeira aos ucranianos durante o governo de Joe Biden.

Mas o suporte ficou mais complexo com o retorno de Trump — que já criticou abertamente o custeamento da guerra e se comprometeu em mudar essa postura da Casa Branca — à Casa Branca.

Sem a ajuda americana, Zelensky dificilmente conseguirá arquitetar uma nova reação militar. Em 2024, por exemplo, os EUA deixaram de fornecer armas para a Ucrânia durante quatro meses, o que resultou em um avanço intenso das tropas russas.

Segundo o professor de relações internacionais da ESPM, Gunther Rudzit, a relação entre os EUA e a Ucrânia mudou expressivamente com a troca de governo. “A Casa Branca e a Europa preservavam a visão de que os governos autocráticos, em especial a Rússia, eram uma ameaça aos valores ocidentais”, disse à IstoÉ.

Trump, por outro lado, expressou insatisfação com o financiamento de atritos externos desde a campanha eleitoral e, ao contrário de seu antecessor Joe Biden, nutre admiração pública por Vladimir Putin. “A gestão atual não acredita na defesa da agenda democrática, o que gerou um abandono desse compromisso e, por consequência, um racha nas relações com a Europa”, concluiu o professor.