Trump e Putin se reúnem para discutir fim da guerra na Ucrânia

ROMA, 15 AGO (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, se reúnem nesta sexta-feira (15), em Anchorage, no Alasca, no primeiro encontro presencial entre os líderes desde que o republicano retornou à Casa Branca.   

A cúpula considerada histórica pode abrir caminho para o fim da guerra na Ucrânia, deflagrada por Moscou desde 24 de fevereiro de 2022.   

Segundo o conselheiro presidencial do Kremlin Yuri Ushakov, Putin e Trump ficarão frente a frente a partir das 11h30 (16h30 em Brasília) e realizarão um pronunciamento conjunto após o encontro.   

A delegação russa, com funcionários e jornalistas do Kremlin, já chegou a Anchorage e inclui o próprio Ushakov, além dos ministros Sergei Lavrov (Relações Exteriores), Andrey Belousov (Defesa) e Anton Siluanov (Finanças) e do conselheiro para investimentos estrangeiros Kirill Dmitriev.   

Putin, por sua vez, partirá mais tarde, enquanto Trump deixará Washington pela manhã. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não foi convidado para a reunião, mas o magnata disse que a conversa com Putin pode levar a um encontro trilateral para tentar colocar fim à guerra.   

No entanto, Kiev e a Europa temem que o presidente dos EUA encaminhe um acordo de paz que seja lesivo para a Ucrânia, inclusive com a cessão dos territórios já conquistados por Moscou.   

Em contrapartida, Trump teria mostrado disponibilidade para oferecer garantias de segurança a Kiev no caso de um eventual cessar-fogo, de modo a evitar novas agressões russas, segundo o site Politico.   

Contudo, para convencer Putin, o magnata pode oferecer acesso a recursos minerais no Alasca e o fim de algumas sanções à indústria aeronáutica da Rússia.   

Segundo Lavrov, Moscou declarará claramente sua posição nas negociações no Alasca, que já foi discutida com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff.   

Além disso, Ushakov destacou que a reunião entre Putin e Trump será aberta “com uma conversa individual, na qual, além dos líderes, participarão apenas intérpretes”. O tema central da reunião será a resolução da crise ucraniana, mas ambos também abordarão “questões mais amplas de garantia da paz e da segurança, bem como temas internacionais e regionais atuais e mais urgentes”.   

Paralelamente, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, a posição de seu país e dos aliados “no caminho para a paz é clara e baseada em princípios”, ou seja, “ela não pode ser definida sem a Ucrânia, e as negociações só poderão ser produtivas após um cessar-fogo”.   

A segurança futura da Ucrânia também foi o tema central do encontro entre Zelensky e o primeiro-ministro britânico, Keir.   

Starmer, em Londres. Na ocasião, ambos concordaram que a cúpula no Alasca oferece “uma oportunidade concreta de progresso, desde que Putin aja de forma a demonstrar que leva a sério o respeito à paz”.   

Já para o chanceler alemão, Friedrich Merz, a Rússia deve concordar com um cessar-fogo. Ele defendeu que o encontro entre Trump e Putin ofereceu uma “oportunidade” para a paz e pediu para o líder do Kremlin a abandonar todas as pré-condições para encerrar a guerra e, em seguida, se reunir com Zelensky.   

“O objetivo deve ser uma cúpula com a presença do presidente Zelensky. Um cessar-fogo deve ser acordado naquele momento. A Ucrânia precisa de garantias de segurança sólidas. Questões territoriais só podem ser resolvidas com o consentimento dos ucranianos”, enfatizou o chanceler alemão. (ANSA).