SÃO PAULO, 29 SET (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o candidato democrata à Presidência, Joe Biden, se enfrentam nesta terça-feira (29) no primeiro dos três debates televisivos na luta pela vitória nas eleições de 3 de novembro.

O evento terá 90 minutos e ocorre em um momento em que o jornal “The New York Times” revelou os polêmicos dados das declarações de imposto de renda do republicano, mostrando que ele pagou apenas US$ 750 de taxa anual em 2016 e 2017 – tendo ficado 10 anos sem pagar nada nos anos anteriores.

Na segunda-feira (28), Biden já atacou Trump, dizendo que tanto professores, como bombeiros e enfermeiros pagaram mais impostos que o presidente nos últimos anos.

A escolha das profissões também foi pontual, já que são os profissionais que mais estão em destaque no momento: os primeiros, estão em uma luta para não retornar às aulas presenciais por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), além das enfermeiras serem a linha de frente do combate à Covid-19; já os bombeiros estão envolvidos no combate aos maiores incêndios florestais da história recente da Califórnia – o que também é um insinuação sobre a postura negacionista de Trump sobre as mudanças climáticas.

A pandemia deve ocupar bastante espaço dos debates, pois Biden vai acusar o mandatário com os números: os EUA são aqueles que mais registram casos (mais de sete milhões) e mortes (mais de 205 mil) em dados absolutos.

Por sua vez, o republicano deve afirmar que sua administração fez o melhor possível – em uma entrevista recente, o magnata se deu uma nota “A+”, nota máxima do ensino escolar, pela sua gestão.

– Outras polêmicas: Um dos pontos que deve ser abordado é o voto universal por correios, que foi ampliado por diversos estados, justamente, por conta da pandemia. Trump chegou até a se negar a fazer um compromisso para uma transmissão pacífica de cargo se perder a disputa porque acredita que os votos dessa maneira podem ser fraudados – mesmo que não haja evidências disso na história eleitoral do país. Ele ainda incitou os eleitores a cometerem fraude eleitoral, tentando votar por duas vezes.

A nomeação da juíza ultraconservadora Amy Coney Barrett para a vaga da liberal Ruth Bader Ginsburg, que morreu em 18 de setembro, também deve opor os dois candidatos. Em uma carta divulgada pela família, a magistrada pediu que sua substituição, caso fosse necessária, deveria ser feita apenas pela nova legislatura.

O entendimento foi o que prevaleceu também em 2016, quando o democrata Barack Obama era presidente e o Senado aguardou a eleição de Trump para confirmar o nome. No entanto, dessa vez, os republicanos devem aprovar a escolha menos de 20 dias antes das eleições, o que deve provocar mais uma grande polarização no país.

Já os protestos antirracistas e contra a violência policial entrarão na discussão e vão opor, mais uma vez, Trump e Biden.

Enquanto o primeiro defenderá seu discurso de “lei e ordem”, Biden tentará se colocar ao lado da comunidade negra do país.

Esse primeiro debate também deve contar em uma série de ataques pessoais do republicano contra o ex-vice-presidente dos EUA, já que Trump chegou a pedir um exame antidoping antes do evento do seu concorrente.

– Formato: O debate será realizado na Case Western Reserv University e será transmitido pelo canal conservador “Fox News” nos EUA, tendo como apresentador o jornalista Chris Wallace. No Brasil, a discussão será transmitida a partir das 22h por diversas emissoras.

Ele será dividido em seis blocos de 15 minutos cada – em que cada assunto será debatido. Não haverá checagem das informações faladas pelos candidatos, o que pode provocar desinformação de ambos os lados.

Os candidatos ainda participarão de mais dois debates presidenciais: um em 15 de outubro e outro no dia 22. Já os escolhidos para serem os vices – Mike Pence, do lado republicano, e Kamala Harris, pelos democratas, farão um debate no dia 7 de outubro. (ANSA).