O presidente americano, Donald Trump, foi acusado pela Procuradoria de Nova York, nesta quinta-feira (14), de usar sua fundação para fins pessoais, e enfrenta uma ação que exige a dissolução da mesma, a restituição de 2,8 milhões de dólares e o pagamento de multas.

Trump já reagiu no Twitter, chamando o processo de “caso ridículo”, e disse que vai brigar.

Ele acusou os “sórdidos democratas de Nova York” de “fazerem tudo o que eles podem para me processar por uma fundação que arrecadou US$ 18,8 milhões e doou para caridade mais dinheiro do que recebeu, US$ 19,2 milhões”.

“Não vou aceitar esse caso!”, garantiu.

Apesar de afetar diretamente seus negócios milionários, o caso não parece afetar politicamente o presidente, que já havia anunciado a dissolução de sua fundação após derrotar Hillary Clinton nas eleições de outubro de 2016.

A ação da foi movida pela procuradora do Estado de Nova York Barbara Underwood contra o presidente Donald Trump e seus filhos – Donald Jr, Ivanka e Eric, então no conselho administrativo – pela suposta “persistente conduta ilegal” na fundação de sua família por mais de uma década.

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De acordo com o documento, Trump usava os ativos da fundação para pagar seus advogados, promover seus hotéis e negócios e comprar artigos pessoais.

A ação reivindica a restituição de US$ 2,8 milhões, o fechamento da fundação, além da proibição a Trump – por um período de dez anos – de atuar no conselho diretor de qualquer outra instituição beneficente de Nova York. No caso dos filhos, a acusação pede um afastamento de um ano para cada um.

O texto também acusa a Fundação Donald J. Trump “de persistente e extensa coordenação política com a campanha presidencial, de repetidas e intencionais transações entre empresas do mesmo grupo em benefício dos interesses pessoais e empresariais de Trump e de violações das obrigações legais básicas para fundações sem fins lucrativos”.

A investigação da Procuradoria apontou que a Fundação Trump arrecadou mais de US$ 2,8 milhões “de uma maneira projetada para influenciar as eleições de 2016” sob ordens e indicações da campanha presidencial de Trump.

“Como revela nossa investigação, a Fundação Trump era pouco mais do que um talão de cheques para pagamentos de Trump, ou de seus negócios para organizações sem fins lucrativos, sem importar seu propósito, ou legalidade”, afirmou a procuradora-geral de Nova York, Barbara Underwood, em um comunicado.

“Não é assim que devem funcionar as fundações privadas, e meu gabinete pretende responsabilizar a fundação e seus diretores pelo mau uso de seus ativos beneficentes”, completou.

Ainda de acordo com a Procuradoria, o dinheiro da fundação foi obtido em um evento de arrecadação de fundos, transmitido pela televisão em nível nacional, em 28 de janeiro de 2016. Em vez de participar de um debate das primárias republicanas em Des Moines, no estado de Iowa, na data citada, Trump foi a esse ato de campanha.

O evento arrecadou 5,6 milhões de dólares em doações isentas de impostos, dos quais 2,8 milhões foram destinados à fundação e o restante foi doado diretamente por organizações privadas a veteranos, sem passar pela fundação.

Desde então, de acordo com o processo, altos funcionários da campanha de Trump começaram a decidir quando, como e para que finalidade o dinheiro da fundação seria usado.

Embora parte do dinheiro fosse destinado a grupos de veteranos, em vários atos políticos foram mostrados enormes cópias dos cheques doados “para o benefício político de Trump e para apoiar a campanha”, afirma o processo.


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