Trump diz que ‘ressuscitará o espírito guerreiro’ das Forças Armadas dos EUA

O presidente americano, Donald Trump, prometeu nesta terça-feira (30) que “ressuscitará o espírito guerreiro” das Forças Armadas dos Estados Unidos que “venceu e construiu esta nação”, em um discurso à cúpula militar nos arredores de Washington.

“Juntos, nos próximos anos, transformaremos as nossas Forças Armadas em algo mais forte, mais resistente e mais rápido”, disse Trump a generais e almirantes americanos em uma rara reunião em Quantico, Virgínia.

Trump também afirmou que o país enfrenta uma “guerra interna” tanto pelo crime como pela imigração irregular.

A mobilização da Guarda Nacional em várias cidades do país é “uma das tarefas importantes para algumas das pessoas nesta sala. Isso também é uma guerra: é uma guerra interna”, declarou o presidente.

Pouco antes, o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, afirmou na mesma reunião que as Forças Armadas dos EUA precisam ser reformadas para encerrar “décadas de decadência”, que, segundo ele, foram causadas por políticas de diversidade.

Nessa reunião incomum com comandantes de alto escalão, convocados de bases ao redor do mundo inteiro, Hegseth declarou o fim do “lixo ideológico”, citando como exemplos preocupações com a mudança climática, bullying, líderes “tóxicos” e promoções com base em raça ou gênero.

“Vamos acabar com a guerra contra os guerreiros”, enfatizou o secretário “de Guerra”, usando a nova terminologia adotada pelo governo de Trump.

Essa nova “mentalidade guerreira”, nas palavras de Hegseth, significa que as Forças Armadas voltarão a usar padrões de recrutamento e treinamento baseados na capacidade masculina em termos de resistência física.

“Quero deixar bem claro: não se trata de impedir as mulheres de servir” nas Forças Armadas, insistiu. “Nossas oficiais femininas são as melhores do mundo, mas quando se trata de um trabalho que exige força física para entrar em combate, esses padrões devem ser neutros – e elevados”, explicou.

“Se as mulheres conseguem, ótimo. Se não, que assim seja”, acrescentou.

– “Departamento de Guerra” –

O Departamento da Defesa, geralmente imune à intervenção política direta, foi particularmente afetado pela chegada de Trump à Casa Branca em janeiro.

A presença de soldados nas ruas de várias cidades americanas, algo muito raro nos Estados Unidos, foi duramente criticada pela oposição democrata.

Além disso, os ataques letais efetuados no Caribe contra embarcações que supostamente transportavam drogas foram criticados no exterior. Trump também ordenou ataques contra instalações nucleares iranianas e contra os huthis, rebeldes iemenitas apoiados por Teerã.

Com a chegada do republicano à Casa Branca, o Pentágono também foi abalado e renomeado como Departamento de Guerra.

Em maio, Hegseth ordenou cortes significativos no número de comandantes de alto escalão no Exército americano, incluindo um corte de pelo menos 20% no número de generais e almirantes de quatro estrelas em serviço.

Não obstante, vários comandantes do Exército foram pressionados a deixar seus cargos desde o retorno de Trump ao poder. O presidente demitiu em fevereiro, sem apresentar explicações, o comandante do Estado-Maior Charles Brown.

Também foram demitidos o chefe da Marinha e da Guarda Costeira dos EUA, o vice-chefe do Estado-Maior da Força Aérea e vários advogados militares de alta patente.

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