O presidente americano, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (16) que não planeja demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, mas não descarta essa possibilidade.
A mensagem contraditória de Trump, após meses de ataques crescentes a Powell, elevou os rendimentos dos títulos US 30Y, que superaram 5%.
Jornalistas perguntaram a Trump se ele demitirá Powell.
“Ele faz um trabalho terrível, mas não, não estou falando isso”, respondeu o presidente.
“Não descarto nada, mas acho pouco provável”, acrescentou.
Trump disse, no entanto, que poderá fazer uma mudança na cúpula do Fed quando o mandato de Powell terminar no próximo ano.
Entre outras coisas, Donald Trump acusa Powell de não usar adequadamente os fundos para reformar as agências do Fed em Washington, obras que já custaram US$ 2,5 bilhões (R$ 13,92 bilhões), segundo o Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca (OMB).
“Não imaginei que gastaria US$ 2,5 bilhões em uma pequena ampliação do Fed”, disse ao repórteres na Casa Branca. “Isso é motivo para demissão?” “Acho que sim”, comentou anteriormente.
Trump critica Powell há vários meses por resistir à redução das taxas básicas de juros. Ele o chama de “Sr. Tarde Demais” ou “cabeça oca”, entre outros apelidos.
Na terça-feira, pediu ao Fed que reduzisse suas taxas de juros, atualmente entre 4,25% e 4,50%, em três pontos percentuais.
Segundo o índice do IPC divulgado na terça-feira, a inflação subiu para 2,7% em junho, longe da meta de 2% do banco central americano.
O Fed mantém suas taxas inalteradas desde o início do ano, diante da persistência da inflação.
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