O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (6) que Israel entregará a Faixa de Gaza aos Estados Unidos quando a guerra terminar e que não será necessário o envio de soldados americanos para aplicar sua proposta de controle e reurbanização do território palestino.
Em sua rede Truth Social, o mandatário republicano reafirmou seu impactante plano anunciado na terça-feira, que consiste em reassentar dois milhões de palestinos de Gaza no Oriente Médio.
“A Faixa de Gaza seria entregue aos Estados Unidos por Israel ao final dos combates”, disse Trump em uma mensagem nas primeiras horas da manhã.
“Não seriam necessários soldados por parte dos Estados Unidos! A estabilidade reinaria na região!!!”, acrescentou.
Trump deixou o mundo atônito ao anunciar, em uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que “os Estados Unidos tomarão o controle da Faixa de Gaza”.
O magnata acrescentou que Washington assumiria o território e retiraria as bombas não detonadas e os escombros para reconstruir o território, devastado por 15 meses de guerra.
Mas ofereceu poucos detalhes, e seu governo pareceu recuar na quarta-feira diante de uma avalanche de críticas dos palestinos, de governos árabes e de líderes mundiais.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, esclareceu que a ideia “não pretendia ser hostil”. A Casa Branca garantiu que Washington não se comprometeu a enviar soldados e disse que o deslocamento dos palestinos seria “temporário”.
Trump, no entanto, deixou claro nesta quinta-feira que continuará com sua proposta original, incluindo o deslocamento em massa dos palestinos.
Quando Israel entregar o território aos Estados Unidos, os palestinos “já terão sido reassentados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas, na região”, afirmou.
“Eles realmente teriam a oportunidade de ser felizes, seguros e livres”, acrescentou Trump.
Então, os Estados Unidos, com “grandes equipes de desenvolvimento de todo o mundo”, começariam “a reconstrução”, explicou.
Na terça-feira, Trump foi contraditório sobre quem habitaria o território depois da guerra.
“Pessoas do mundo”, mas “também os palestinos viveriam lá”, declarou na oportunidade.
Segundo o New York Times, Trump surpreendeu tanto sua equipe quanto os israelenses com a proposta para Gaza “escrita às pressas”, sem debatê-la com o Pentágono ou com o Departamento de Estado.
O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, ordenou nesta quinta-feira que o exército prepare um plano para para saídas “voluntárias” de Gaza.
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