O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 12, que a guerra em Gaza “terminou” enquanto viajava para Israel e Egito para celebrar um acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns. “A guerra terminou, certo? Entenderam?”, disse Trump a jornalistas quando foi questionado se tinha certeza de que o conflito entre Israel e o grupo islamista palestino Hamas havia chegado ao fim.
Trump, está entre os líderes esperados na segunda-feira na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh para a cúpula de paz sobre Gaza, que será presidida juntamente com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi.
Os países mediadores do acordo de cessar-fogo em Gaza assinarão um documento como garantes durante a cúpula de segunda-feira, 13, no balneário egípcio, afirmou neste domingo à AFP uma fonte diplomática.
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“Os signatários serão os garantes”, e esses países são “Estados Unidos, Egito, Catar e, provavelmente, Turquia”, declarou à AFP o diplomata informado sobre os preparativos da cúpula, que falou sob condição de anonimato.
A reunião tem como objetivo “encerrar a guerra na Faixa de Gaza, intensificar os esforços para alcançar a paz e a estabilidade no Oriente Médio, e inaugurar uma nova era de segurança e estabilidade regionais”, segundo o gabinete do presidente egípcio.
Fim da guerra em Gaza
A chancelaria egípcia disse neste domingo que na reunião será assinado um “documento pondo fim à guerra na Faixa de Gaza”, mas nenhuma das partes do conflito participará do evento.
Um porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou neste domingo que nenhuma autoridade israelense participará da cúpula, e o Hamas afirmou que não participará da reunião porque já atua por meio de mediadores do Catar e do Egito.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, confirmou sua presença, assim como o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; o presidente francês, Emmanuel Macron; o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
“A luta não acabou”
Mais cedo neste domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou neste domingo que seu país alcançou “enormes vitórias” na guerra contra o Hamas em Gaza, mas alertou que “a luta não acabou”.
“Juntos, alcançamos enormes vitórias, vitórias que surpreenderam o mundo inteiro. E quero dizer a vocês: em todos os lugares onde lutamos, fomos vitoriosos, mas, ao mesmo tempo, devo dizer a vocês que a luta não acabou”, disse o primeiro-ministro em um discurso à nação.
É “um acontecimento histórico em que se misturam a tristeza pela libertação dos assassinos com a alegria pelo retorno dos reféns”, afirmou o líder israelense em seu breve discurso, no qual expressou sua esperança de que, apesar das “inúmeras discordâncias” que persistem entre os israelenses, isso permita uma “união dos corações”.
“Ainda enfrentamos grandes desafios em matéria de segurança. Alguns de nossos inimigos estão tentando recuperar forças para nos atacar novamente, e como dizemos aqui, estamos lidando com isso”, acrescentou Netanyahu, sem dar mais detalhes.
Pontos complicados do acordo
Os reféns do Hamas e os prisioneiros de Israel serão libertados a partir da manhã de segunda-feira. Sobre esse ponto, há total concordância.
No entanto, um alto funcionário do Hamas, Husam Badran, afirmou que a segunda fase do plano de paz, que inclui o desarmamento do grupo, implica em negociações “mais complexas e difíceis”.
Outro dirigente do Hamas, que pediu anonimato, disse no sábado à AFP que a proposta de desarmamento do movimento islamista “está fora de questão e não é negociável”.