O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe nesta segunda-feira (14) o secretário-geral da Otan e avisou que fará um “anúncio de grande magnitude” sobre a Rússia, no momento em que os republicanos preparam o caminho no Senado para aplicar sanções contundentes contra Moscou.
Trump iniciou o segundo mandato com a promessa de acabar rapidamente com o conflito na Ucrânia, mas nas últimas semanas expressou sua crescente frustração com o presidente russo, Vladimir Putin, e no domingo insinuou que está disposto a endurecer as sanções contra a Rússia.
O presidente republicano anunciou no domingo que os Estados Unidos enviarão sistemas de defesa aérea Patriot à Ucrânia, apesar de ter afirmado há apenas duas semanas que Washington suspenderia o fornecimento de armas a Kiev.
“Enviaremos os Patriot, que eles precisam desesperadamente”, disse Trump, sem especificar quantas unidades serão enviadas à Ucrânia, que enfrenta a intensificação da ofensiva russa iniciada em 2022.
Trump afirmou que os Estados Unidos não pagarão pelos envios. “Será um negócio para nós”, disse.
Trump se reunirá durante a manhã no Salão Oval com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
O chefe da Otan permanecerá em Washington até terça-feira e também se reunirá com o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, e o secretário de Estado, Marco Rubio.
Ao mesmo tempo, o enviado especial dos Estados Unidos, Keith Kellogg, chegou nesta segunda-feira a Kiev.
Trump reiterou no domingo que está “decepcionado” com Putin.
“Putin realmente surpreendeu muita gente. Ele fala bonito e depois bombardeia todo mundo à noite”, disse o americano.
No início de seu segundo mandato em janeiro, Trump afirmou que era possível trabalhar com o presidente russo para acabar rapidamente com a guerra, mas há meses a Rússia resiste ao cessar-fogo desejado pelos Estados Unidos.
Antes da reunião com Rutte, Trump insinuou que pode impor sanções a Moscou, uma medida que conta com apoio no Legislativo. “Veremos o que acontece amanhã”, declarou.
No Congresso, os senadores americanos preparam uma lei bipartidária que permitiria a Trump aplicar sanções “contundentes” contra a Rússia.
A lei permitiria ao presidente “ir atrás da economia de Putin e de todos os países que sustentam a máquina de guerra de Putin”, declarou o senador republicano Lindsey Graham ao canal CBS.
“O pacote legislativo que estamos analisando daria ao presidente Trump a capacidade de impor tarifas de 500% a qualquer país que ajude a Rússia”, explicou Graham, observando que poderiam ser incluídos países que compram produtos russos, como China, Índia e Brasil.
“Este é verdadeiramente um martelo disponível para o presidente Trump acabar com a guerra”, acrescentou o influente senador.
Graham e o senador democrata Richard Blumenthal também se reunirão com o secretário-geral da Otan nesta segunda-feira.
Blumenthal declarou à rede CBS que, durante o encontro, abordarão a complicada operação jurídica para desbloquear os ativos russos que estão congelados na Europa e nos Estados Unidos, para que a Ucrânia possa ser beneficiada.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, declarou que o projeto legislativo “é exatamente o tipo de apoio que pode aproximar a paz e fazer com que a diplomacia não seja vazia”.
A ofensiva russa contra a Ucrânia se tornou mais intensa nas últimas semanas, coincidindo com o impasse das negociações promovidas pelos Estados Unidos para conter os combates.
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