O virtual candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, afirmou hoje que os Estados Unidos deveriam considerar “seriamente” o fichamento de muçulmanos no país.

“Nós realmente precisamos considerar o fichamento”, disse Trump em entrevista à rede de televisão CBS. “Não é a pior coisa a ser feita”.

O empresário acrescentou que odeia “o conceito de fichamento, mas temos que usar o bom senso”.

Os comentários são consistentes com as propostas de Trump para combater o terrorismo no país, que usualmente são direcionadas à muçulmanos. O bilionário já propôs um banimento temporário da entrada de muçulmanos no país até que “se entenda o que está acontecendo”.

Trump redobrou sua aposta desde o atentado à boate Pulse, em Orlando, conduzido por Omar Mateen, um cidadão norte-americano filho de afegãos. As motivações de Mateen são desconhecidas, mas o senador republicano Ron Johnson afirma que ele escreveu em sua conta no Facebook que “muçulmanos de verdade nunca irão aceitar os modos imundos do Ocidente”.

Trump também disse que o governo deveria investigar mesquitas nos Estados Unidos da mesma forma como a polícia de Nova York fez com muçulmanos que vivem na cidade. Agentes nova-iorquinos criaram uma base de dados espionaram integrantes da comunidade muçulmana e criaram uma base de dados sobre onde eles viviam, faziam compras, trabalhavam e faziam suas orações. O programa foi revelado pela Associated Press em 2011, o que levou o prefeito Bill de Blasio a anunciar o abandono do programa em meio aos processos e denúncias que se seguiram.

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A investida de Trump contra os muçulmanos nos Estados Unidos é excepcional para um candidato à presidência do país. As propostas de Trump tem sido minimizadas ou criticadas por muitos líderes republicanos, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan.

Uma pesquisa feita pelo instituto GfK e a Associated Press entre 31 de março e 4 de abril mostra que 49% dos norte-americanos são a favor de programas de monitoramento de comunidades muçulmanas no país como parte da ação antiterrorista. Outros 47% se disseram contrários à prática. Fonte: Associated Press.


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