O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou em entrevista exibida neste domingo que não considera seriamente concorrer a um terceiro mandato, o que é probido pela Constituição, que ele disse não saber se deve respeitar.
“Isso não é algo que eu esteja buscando fazer”, disse Trump a Kristen Welker, moderadora do programa “Meet the Press”, do canal NBC News. “Procuro ter quatro grandes anos e depois entregar o cargo a alguém, idealmente a um grande republicano.”
Trump mencionou seu vice-presidente, JD Vance, e o secretário de Estado, Marco Rubio, como potenciais candidatos republicanos. “Temos muitas pessoas boas neste partido.”
O presidente americano, que cumpriu um primeiro mandato entre 2017 e 2021, mencionou várias vezes a hipótese de um terceiro mandato desde que voltou para a Casa Branca, em 20 de janeiro. Sua loja virtual exibiu produtos com a inscrição “Trump 2028”, ano das próximas eleições.
A Constituição americana foi alterada em 1947 para estabelecer um limite de dois mandatos presidenciais, pouco depois de Franklin Roosevelt morrer, perto de iniciar seu quarto mandato.
Na mesma entrevista, Trump disse que não sabe se deve respeitar a Constituição, uma declaração que causou comoção em Washington, até mesmo entre republicanos.
“Ou somos uma sociedade livre regida pela Constituição ou não somos”, publicou no X o senador republicano Rand Paul, que se autodenomina um conservador constitucional
Ao ser questionado na entrevista se as pessoas que não têm cidadania americana merecem o devido processo legal, como determina a Constituição, Trump foi evasivo. “Não sou advogado. Não sei.”
O presidente recebeu diversas críticas por ter testado repetidamente os limites constitucionais desde que iniciou seu segundo mandato, principalmente devido à sua política de deportação em massa de imigrantes sem documentos, alguns deles sem passar por audiência judicial.
Os primeiros 100 dias do segundo mandato de Trump foram marcados pela instabilidade econômica, devido, principalmente, ao seu plano de impor tarifas radicais à maioria dos países, o que tem como objetivo, segundo ele, proteger a indústria local e fazer as empresas voltarem para o país.
Apesar de a maior economia do mundo ter se contraído no primeiro trimestre, Trump adotou um tom otimista e desafiador na entrevista, ao insistir em que a economia americana é sólida e que “as tarifas vão tornar o país mais rico”. “Acho que as partes boas são a economia de Trump e as ruins são a de Biden”, acrescentou, referindo-se ao seu antecessor.
mlm/bbk/llu/mr/lb