O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acostumado a ironizar e ofender os adversários políticos, considerou neste domingo que a Coreia do Norte passou dos limites ao chamar o ex-vice-presidente democrata Joe Biden de “cão raivoso”.

Pyongyang, em um ato de violência verbal, afirmou na sexta-feira em um comunicado que “os cães raivosos como Biden podem machucar muitas pessoas se autorizados a correr livremente”.

“Devem ser punidos com a morte com um pedaço de pau antes que seja muito tarde”, completou o comunicado da agência oficial norte-coreana KCNA.

“Joe Biden pode ser sonolento e muito lento, mas não é um ‘cão raivoso’. Ele é realmente um pouco melhor que isso”, respondeu Trump no Twitter, em uma defesa daquele que pode ser o candidato democrata nas eleições de 2020.

O republicano escreveu ainda que apenas ele pode ajudar a isolada nação da península coreana, governada com mão de ferro por Kim Jong Un.

“Eu sou o único que pode levá-lo onde precisa estar. Deveria agir rapidamente, fechar o acordo. Até breve”, escreveu em referência ao norte-coreano.

Não está claro o que provocou a ira de Pyongyang com Biden, mas o comunicado foi publicado após a divulgação de um anúncio de campanha do ex-vice-presidente que condena a política externa de Trump.

O anúncio afirma que “ditadores e tiranos são elogiados, nossos aliados deixados de lado”. A palavra “tiranos” é ouvida no momento em que aparece uma foto de Trump e Kim Jong-Un apertando as mãos em um encontro de cúpula em Singapura no ano passado.

Também não está claro se a defesa de Trump foi sincera ou uma tentativa de piada, especialmente pela frase “realmente é um pouco melhor que isso”, tampouco se o presidente está aproveitando a oportunidade para retomar o contato com o líder norte-coreano.

As negociações para a desnuclearização da Coreia do Norte estão suspensas desde o fiasco do segundo encontro entre Trump e Kim em Hanói, em fevereiro.

Desde então, o regime de Kim aumentou as tensões com uma série de testes de mísseis e uma nova rodada de negociações, iniciada em outubro em Estocolmo, mas que também não conseguiu um avanço entre as partes.