Trump diz que cartéis “têm controle muito forte” sobre México

Os cartéis de drogas “têm um controle muito forte sobre o México” e “não podemos permitir que isso aconteça”, afirmou nesta quarta-feira (16) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao assinar uma lei que endurece as penas por tráfico de fentanil.

Washington acusa os cartéis de narcotráfico mexicanos, declarados organizações “terroristas” globais por Trump, de fabricar ilegalmente esse opioide sintético com substâncias provenientes da China.

Desde que retornou à Casa Branca, Trump tem liderado uma diplomacia agressiva contra os cartéis e considera que Canadá e México não fazem o suficiente para combater a entrada de fentanil. Ele usou isso como justificativa para ameaçá-los com tarifas.

Nos últimos meses, Trump declarou várias vezes que os narcotraficantes dominam o México. Em fevereiro, chegou a acusar o governo mexicano de manter “uma aliança intolerável” com os cartéis.

Nesta quarta-feira, ele voltou a insistir nas acusações, desmentidas pelas autoridades mexicanas.

Os cartéis “têm um controle muito forte sobre o México. Precisamos fazer algo a respeito. Não podemos permitir que isso aconteça”, declarou Trump durante o ato de assinatura da “Lei HALT Fentanyl”, aprovada por republicanos e democratas.

Com essa legislação, “estamos infligindo mais uma derrota aos traficantes selvagens, criminosos e cartéis”, afirmou o presidente republicano.

“As autoridades mexicanas estão aterrorizadas. Elas têm medo de ir para seus escritórios. Têm medo de trabalhar porque os cartéis têm um controle tremendo sobre o México, sobre os políticos e sobre as pessoas eleitas”, reforçou Trump.

A nova lei prevê uma pena mínima de 10 anos de prisão para o tráfico de mais de 100 gramas de fentanil ou de uma substância análoga.

O fentanil causou quase 50 mil mortes por overdose em 2024 nos Estados Unidos, segundo fontes oficiais.

Os parlamentares buscaram fechar brechas legais ao perceberem que os cartéis mudam a composição dos análogos do fentanil à medida que eles são declarados ilegais.

Por isso, a lei classifica de forma permanente “as imitações ilícitas de fentanil” como substâncias da Lista 1 – a mais restritiva – que reúne drogas sem uso médico atualmente aceito e com alto potencial de abuso. Desde 2018, esses compostos já estavam nessa categoria, mas de forma temporária.

Trump citou o carfentanil, “cada vez mais comum”, segundo ele. Trata-se de um opioide sintético aproximadamente 10 mil vezes mais potente que a morfina e 100 vezes mais que o fentanil, podendo ser letal em doses de 2 miligramas.

A epidemia de opiáceos nos Estados Unidos remonta à década de 1990, quando as empresas farmacêuticas passaram a comercializar analgésicos de prescrição de forma massiva.

Mais de um milhão de americanos morreram por overdose de drogas nas últimas duas décadas.

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