WASHINGTON, 03 ABR (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta segunda-feira (3), em Washington, seu homólogo do Egito, Abdel Fattah al Sisi, um aliado fundamental no combate ao terrorismo islâmico.   

Essa foi a primeira visita de Sisi à Casa Branca após ele, então chefe das Forças Armadas, ter deposto o presidente Mohamed Morsi em um golpe militar, em julho de 2013.   

Apesar da histórica proximidade com os EUA, as denúncias de violação dos direitos humanos esfriaram as relações entre Washington e Cairo durante o mandato de Barack Obama, que congelou as ajudas militares ao país africano.   

Contudo, pelo encontro desta segunda-feira, a fase de desavenças parece ter ficado para trás. “Estados Unidos e Egito combaterão o terrorismo juntos”, garantiu Trump no Salão Oval, pouco depois de ter apertado a mão de Sisi, gesto que não dedicara à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em sua recente viagem aos EUA.   

Já o líder egípcio disse apreciar “profundamente” a personalidade “única” do republicano, principalmente seu “forte apoio” à luta contra o terror. Antes do encontro, a Casa Branca havia dito que os temas em debate seriam o combate ao Estado Islâmico (EI) e as crises no Oriente Médio e que a questão dos direitos humanos seria tratada “de maneira mais discreta”.   

“Quero que se saiba, caso haja dúvidas, que apoiamos muito o presidente Sisi e o povo egípcio. Sisi fez um trabalho fantástico em uma situação muito difícil”, acrescentou Trump, cujo objetivo é aumentar a pressão militar sobre o EI e levar mais estabilidade ao Oriente Médio – na Síria, Sisi defende o presidente Bashar al Assad, assim como a Rússia.   

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Além de já ter recebido o príncipe saudita Mohammed bin Salman, o presidente dos EUA acolherá na próxima quarta-feira (5) o rei da Jordânia, Abdullah II, marcando uma clara inversão de rota em favor do “fronte sunita”, do qual Obama havia se distanciado.   

Já Sisi embarcou para Washington com três metas: conseguir mais respeito, mais dinheiro e mais armas. Segundo fontes confidenciais, ele pretende obter um aumento de US$ 1,3 bilhão na ajuda militar que o Egito recebe dos EUA todos os anos.   

O presidente também quer que a Casa Branca defina a Irmandade Muçulmana, partido declarado ilegal pela Justiça e que apoiava Morsi, como uma “organização terrorista”. “Convidar Sisi para uma visita oficial a Washington enquanto dezenas de milhares de egípcios apodrecem na prisão e enquanto a tortura está novamente na ordem do dia é um modo estranho de construir uma relação estratégica estável”, disse a ONG Human Rights Watch. (ANSA)


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