Trump dá ultimato de 50 dias para Rússia encerrar guerra

WASHINGTON, 14 JUL (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um ultimato para a Rússia chegar a um acordo de paz com a Ucrânia em até 50 dias, sob pena de impor “tarifas secundárias” de 100% contra Moscou.   

“Estou muito descontente com a Rússia. Vamos impor tarifas muito severas se não tivermos um acordo em até 50 dias. Tarifas de 100%. Nós chamamos de tarifas secundárias, vocês sabem o que isso significa”, disse Trump em uma reunião na Casa Branca com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte.   

As exportações da Rússia para os EUA já caíram drasticamente por conta das sanções ocidentais impostas ao regime de Vladimir Putin nos últimos anos, de maneira que tarifas alfandegárias normais, como as que Trump vem cobrando de outros países, teriam pouco efeito prático.   

Uma maneira de evitar esse problema seria utilizar as “tarifas secundárias”, ou seja, uma cobrança contra produtos de países que fizerem comércio com Moscou, tática já usada contra a Venezuela. O presidente, no entanto, afirmou que dará mais detalhes em outro momento.   

“Nós já gastamos aproximadamente US$ 350 bilhões nessa guerra entre Rússia e Ucrânia e gostaríamos de ver o fim dela. Não é minha guerra, eu quero nos tirar dela”, acrescentou o magnata, reforçando que está “desapontado” com Putin.   

“Achei que teríamos um acordo dois meses atrás”, salientou Trump, que tem mostrado uma mudança de tom em relação ao conflito no leste europeu, em contraste com sua postura no bate-boca que teve com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, diante de câmeras de TV do mundo todo em fevereiro passado.   

Na reunião com Rutte, o presidente confirmou um acordo para enviar armas americanas a Kiev por meio da Otan, incluindo as baterias de defesa antiaérea Patriot, essenciais para conter os ataques cada vez mais intensos de Moscou com mísseis e drones.   

Os EUA são os principais financiadores da aliança militar, porém Trump assegurou que a despesa ficará a cargo dos países europeus.   

“É totalmente lógico desejar que os europeus paguem. Isso significa que a Ucrânia poderá ter acesso a equipamentos militares, munições, e isso é muito importante”, disse Rutte, que acusou Moscou de semear “pânico” com repetidos bombardeios.   

“É verdadeiramente terrível. São 700 drones por dia, isso não tem objetivo militar”, declarou. (ANSA).