Trump consagra Charlie Kirk como mártir em funeral no Arizona

AFP
Donald Trump se encontrou com Erika Kirk, viúva de Charlie Kirk durante evento no Arizona Foto: AFP

ROMA, 22 SET (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou na noite do último domingo (21) o influenciador conservador Charlie Kirk, assassinado em um evento em Utah no dia 10 de setembro, de mártir e de “maior evangelista da liberdade na América”, durante seu funeral em um estádio no Arizona.

A cerimônia reuniu cerca de 200 mil pessoas e contou com discursos e homenagens da viúva Erika Kirk e altos funcionários do governo republicano, incluindo o vice-presidente J.D. Vance.

Além disso, uniu religião e exaltação do movimento “Make América Great Again” (Maga).

“Charles James Kirk foi assassinado de forma horrenda por um monstro radicalizado, de sangue frio, por falar a verdade que estava em seu coração”, declarou Trump, acrescentando que “ele foi morto violentamente porque defendia a liberdade e a justiça, Deus e o país, a razão e o bom senso”.

Aplaudido de pé no estádio, o presidente norte-americano também destacou que o país perdeu “um dos mais brilhantes de nosso tempo” e enfatizou que “nosso maior evangelista da liberdade americana se tornou imortal”.

“Agora ele é um mártir pela liberdade dos EUA”, afirmou o republicano, em tom de comício. “Sei que falo por todos aqui quando digo que nenhum de nós jamais esquecerá Charlie Kirk. E a história também não o esquecerá.” Em um discurso de cerca de 40 minutos e com diversos ataques à esquerda, Trump prometeu dar continuidade ao trabalho do influenciador conservador e voltou a insinuar que a “esquerda radial” seria responsável pela morte dele.

“A violência vem, em grande parte, da esquerda”, afirmou o magnata, sem apresentar evidências.

Já o vice de Trump exaltou Kirk, enfatizando que ele “construiu uma organização que redefiniu o equilíbrio da nossa política”, enquanto que a viúva do ativista, Erika, prometeu continuar a missão do marido.

“Quando vi o corpo dele, não havia medo nem sofrimento, mas um sorriso em seu rosto”, disse ela, que, em meio às lágrimas, perdoou o assassino. “Meu marido, Charlie, queria salvar jovens, como o homem que tirou a própria vida. Eu perdoo aquele jovem. A resposta ao ódio não é mais ódio”, explicou.

A cerimônia foi encerrada com Trump e Erika Kirk se abraçando no palco, após o presidente entoar seu slogan “lute, lute, lute”, assegurando a todos os presentes que “a batalha em nome de Charlie continuará”.

Kirk, 31 anos, era uma estrela ascendente do movimento ultraconservador nos EUA e defensor ferrenho do porte de armas.

Além disso, ganhou fama com ataques verbais aos movimentos negro, feminista e pelos direitos de minorias sexuais.

Durante um evento chamado “Prove me wrong” (“Prove-me que estou errado”) na Universidade de Utah Valley, no dia 10 de setembro, o ativista foi baleado com um tiro no pescoço e morreu pouco depois.

O único suspeito do crime até o momento é o estudante Tyler Robinson, de 22 anos, que não é filiado a nenhum partido, embora seja de uma família tradicionalmente republicana, e está preso.

Balas encontradas com o rifle usado no atentado continham inscrições antifascistas, incluindo o nome da canção símbolo da Resistência italiana, “Bella Ciao!”. Robinson, no entanto, não admitiu o crime. (ANSA).