Trump confirma que se reunirá com Putin ‘muito em breve’; veja o que se sabe

Combinação de fotos de arquivo dos presidentes de Estados Unidos, Donald Trump (E), e Rússia, Vladimir Putin (D) - AFP/Arquivos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta sexta-feira (8) que se reunirá “muito em breve” com seu contraparte russo, Vladimir Putin, numa tentativa de pôr fim à guerra na Ucrânia.

+ Veja o que se sabe sobre o encontro entre Trump e Putin

“Vou me reunir muito em breve com o presidente Putin. Teria sido antes, mas suponho que, infelizmente, há medidas de segurança a serem tomadas”, disse Trump durante uma cúpula trilateral com os líderes da Armênia e do Azerbaijão. Ele acrescentou que ainda nesta sexta-feira anunciará onde será realizado o encontro.

Confira o que se sabe sobre a possível reunião entre os chefes de Estado:

 Um “acordo de princípio”

O último encontro entre os mandatários ocorreu em junho de 2019 em meio a uma cúpula do G20 no Japão, durante o primeiro mandato do republicano.

Na quinta-feira, Trump afirmou estar disposto a se reunir com Putin, enquanto o Kremlin anunciou que chegou a um “acordo de princípio” para uma “reunião bilateral nos próximos dias”.

O presidente americano retomou contato com seu contraparte russo em fevereiro, após retornar à Casa Branca, com o objetivo de encerrar rapidamente a guerra desencadeada em 2022 com a invasão russa da Ucrânia.

Mas com as negociações entre Moscou e Kiev bloqueadas, Trump lançou um ultimato a Putin, que expira nesta sexta-feira (8), para que encerre o conflito, sob pena de novas sanções americanas.

As trocas diplomáticas se multiplicaram nesta semana e, na quarta-feira, o chefe de Estado russo recebeu o enviado americano, Steve Witkoff, no Kremlin.

Onde será o encontro?

Putin disse na quinta-feira que a reunião pode acontecer nos Emirados Árabes Unidos.

Já um funcionário da Casa Branca, sob a condição do anonimato, afirmou que o local do encontro ainda não foi decidido, e indicou que a reunião poderia ocorrer na próxima semana.

Quando questionado por jornalistas no Salão Oval, Trump não deu nenhuma pista sobre a possível reunião. E perguntado se mantém ou não o ultimato, o presidente americano afirmou: “Isso dependerá de Putin, vamos ver o que ele diz”.

“Muito decepcionado”, acrescentou, parecendo se referir ao homólogo russo, ecoando as declarações que fez sobre o colega em julho.

Zelensky estará presente?

Para o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, é uma “prioridade” poder se reunir com Putin e é “legítimo que a Ucrânia participe das negociações” em um formato tripartite.

Segundo o chefe de Estado russo, que não quer encontrar seu homólogo ucraniano, um encontro entre ambos só faria sentido na fase final das negociações de paz.

Quanto a Trump, sua resposta foi categórica. À pergunta se ele achava que Putin deveria se reunir primeiro com Zelensky antes de se encontrar com ele, o presidente americano respondeu “não”.

Os dois líderes “querem se reunir comigo e farei tudo ao meu alcance para impedir a matança”, acrescentou.

Na quinta-feira, o mandatário ucraniano falou por telefone com Trump, uma conversa da qual também participaram vários líderes europeus.

Zelensky pediu que os europeus fossem incluídos nas negociações de paz.

Posições irreconciliáveis

As posições entre Rússia e Ucrânia permanecem opostas. A última rodada de negociações diretas realizada em Istambul, em julho, resultou apenas em uma nova troca de prisioneiros e corpos de soldados mortos.

Enquanto isso, Moscou continua realizando ataques mortais contra a Ucrânia e avança diariamente na frente de batalha.

O Kremlin exige que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donestk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie às entregas de armas ocidentais e à sua ambição de fazer parte da Otan.

Mas para Kiev, estas exigências são inaceitáveis. O governo quer que a Rússia retire suas tropas de seu território e exige garantias de segurança ocidentais, incluindo o fornecimento contínuo de armas e o envio de um contingente europeu, ao que a Rússia se opõe.

A Ucrânia também pede, juntamente com seus aliados europeus, um cessar-fogo de 30 dias, o que os russos rejeitam.