Trump cogita conversar com Maduro em meio à escalada de tensões

NOVA YORK, 17 NOV (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (16) que considera a possibilidade de abrir conversas com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que enfrenta crescente pressão de Washington em meio ao reforço da presença militar norte-americana no Caribe.   

“Podemos ter algumas conversas com Maduro e ver o que acontece”, declarou o republicano à imprensa no aeroporto internacional de Palm Beach, na Flórida.   

Trump não detalhou quando tais diálogos poderiam ocorrer, mas disse acreditar que o governo venezuelano também teria interesse em negociar.   

“Eles gostariam de conversar. O que isso significa? Você me diz, eu não sei… Eu conversaria com qualquer um”, acrescentou o magnata, reafirmando sua disposição para o diálogo.   

A declaração veio após o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmar que o Departamento de Estado pretende designar o Cartel de Los Soles ? uma suposta organização de narcotráfico ? como “organização terrorista estrangeira”.   

O governo dos EUA sustenta que Maduro lidera o cartel, acusação que o presidente venezuelano nega.   

Para Trump, classificar o grupo como organização terrorista daria aos EUA margem para atacar bens e infraestrutura vinculados ao líder venezuelano dentro do país. “Isso nos permite fazer isso, mas não dissemos que vamos fazer. Podemos conversar com Maduro, vamos ver como as coisas se desenrolam”, explicou.   

O republicano também reiterou acreditar que não precisa da aprovação do Congresso para uma eventual ação militar, embora defenda manter os legisladores informados. “Gostamos de tê-lo envolvido. Estamos interrompendo o fluxo de drogas; não precisamos da aprovação deles, mas ainda acho bom que estejam informados”, afirmou.   

As declarações do presidente norte-americano ocorrem em meio ao aumento da presença militar dos EUA no Caribe sob o argumento de combater o que a Casa Branca chama de “narcoterrorismo”. Maduro, por sua vez, acusa Washington de conduzir uma campanha de pressão para removê-lo do poder. (ANSA).