O presidente americano Donald Trump afirmou que não pretende mais viajar a Londres para inaugurar a nova embaixada americana na capital da Inglaterra.

Ele anunciou sua decisão no Twitter, durante a madrugada, e ela evitará que sua presença no Reino Unido seria alvo de protestos.

O presidente afirmou que estava cancelando a viagem porque estava descontente com a localização da nova embaixada e o preço que ela custou.

Trump atribuiu a seu predecessor Barack Obama a decisão de mudar a embaixada, quando, na realidade, a ordem partiu do governo anterior de George W. Bush.

“A razão por eu ter cancelado minha viagem a Londres é que não sou um grande fã do fato da administração Obama ter vendido talvez a melhor e mais bem localizada embaixada em Londres por ‘uma ninharia’, só para construir outra em um endereço de 1,2 bilhão de dólares”, tuitou Trump.

“Péssima ideia. Queriam que eu cortasse a fita-NÃO!”, acresentou.

Trump também mencionou uma visita de estado à Grã-Bretanha no futuro, mas não informou uma data.

Um aliado britânico de Trump, Nigel Farage, ex-líder do partido antieuropeu UKIP, disse que a decisão é decepcionante.

“Ele foi a países de todo mundo e, no entanto, não vem no país que é mais próximo dele”, explicou em seu programa de rádio na cadeia LBC. “Talvez não tenha gostado de um aspecto que teria sua visita”, acrescentou, aludindo às manifestações que a oposição trabalhista preparava com ele.

As relações entre o Reino Unido e Trump têm se revelado difíceis. A primeira-ministra conservadora Theresa May o convidou para uma visita de Estado quando ele assumiu o poder, estreitando sua cumplicidade no momento em que o país se prepara para romper com a União Europeia.

No entanto, esta visita de Estado – ao contrário da de trabalho que Trump cancelou – não foi oficialmente anulada, mas ainda não tem datas definidas, apesar de ser preparada com a antecedência protocolar necessária.

– ‘Não é bem-vindo’ –

Trump bateu de frente várias vezes com o prefeito de Londres, Sadiq Khan, sempre depois de atentados na capital inglesa, por seus ataques aos muçulmanos, e recentemente retuitou posts do grupo de ultradireita xenófobo Britain First. May reprovou seu erro e ele contra-atacou dizendo que ela deveria se preocupar com seus assuntos.

O prefeito elogiou a suspensão da viagem, que teria sido mais uma dor de cabeça do ponto de vista de segurança.

“Muitos londrinos deicaram claro que Donald Trump não é bem-vindo. Parece que ele finalmente entendeu isso”, comentou.

Outras figuras trabalhistas se uniram a Khan. “É uma pessoa que promove o ódio e a propaganda de uma organização de extrema-direita neste país. Não estou certo de que seria apropriado pedir que viesse nessas circunstâncias”, declaro o deputado Chuka Umunna.

Os Estados Unidos venderam sua embaixada na praça Grosvenor, no coração do luxuoso bairro de Mayfair, para um fundo de investimentos do Qatar, e mudaram a delegação diplomática para as margens do Tâmisa, em uma zona industrial revitalizada. A obra foi elaborada pelo arquiteto Kieran Timberlake.

O prédio será aberto ao público em 16 de janeiro e esperava-se que Trump fosse inaugurá-lo aproveitando sua visita ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça.

A nova delegação custou um bilhão de dólares e a antiga, coroada por uma distinta águia gigante, será transformada em um hotel.

O embaixador americano na capital britânica, Robert Johnson, admitiu que a embaixada anterior estava em uma localização perfeita, mas que “a preocupação pela segurança depois do 11 de setembro fez com que tivéssemos de mudar para uma localização que pudesse proteger melhor os cidadãos americanos e seus vizinhos britânicos”