Trump, Biden e as reações ao acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas

Trump, Biden e as reações ao acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas

Atual e futuro presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden Donald Trump celebraram o acordo a que Israel e Hamas chegaram para encerrar gradualmente a guerra entre a nação e o grupo radical islâmico, que perdura desde outubro de 2023 e deixou mais de 46 mil mortos no Oriente Médio.

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O que disse Biden

Chefe da Casa Branca até o próximo domingo, 19, data marcada para o início do cessar-fogo, o presidente publicou um comunicado em que afirmou que Gaza pode passar a pensar em “um futuro sem o Hamas no poder”.

Este acordo irá parar os combates em Gaza, aumentar a tão necessária assistência humanitária aos civis palestinos e reunir os reféns com as suas famílias depois de mais de 15 meses em cativeiro”, concluiu.

Em seu período no cargo, o político defendeu em diversas oportunidades a construção de um acordo e chegou a apresentar um plano de cessar-fogo do conflito. Ainda que os EUA tenham mantido o apoio militar a Israel, Biden afirmou que a ajuda dependia de uma mudança no tratamento dispensado pas Forças chefiadas por Benjamin Netanyahu com os civis palestinos e se disse “frustrado” com o primeiro-ministro israelense.

O que disse Trump

Fora do poder até 20 de janeiro, o republicano se antecipou à confirmação do governo americano ao comemorar o cessar-fogo em publicação na plataforma TruthSocial.

Na campanha em que conquistou o retorno à Casa Branca, Trump prometeu que haveria “inferno para pagar” se os reféns não fossem libertos antes de sua posse presidencial. Com o acordo anunciado, disse que estava “emocionado com o retorno dos reféns norte-americanos e israelenses para casa“.

“Com esse acordo em vigor, minha equipe de Segurança Nacional, por meio dos esforços do enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, continuará a trabalhar em estreita colaboração com Israel e nossos aliados para garantir que Gaza NUNCA mais se torne um refúgio seguro para terroristas”, escreveu o republicano.

O político ainda sugeriu que usará o acordo de cessar-fogo em Gaza como impulso para expandir os Acordos de Abraão, que expandiram as relações entre a Casa Branca e Israel em seu primeiro mandato.

O cessar-fogo

Na primeira fase do cessar-fogo, alguns prisioneiros seriam liberados tanto do lado do Hamas quanto do lado de Israel, priorizando mulheres, crianças, homens acima dos 50 anos, feridos ou doentes. Na segunda fase, após 16 dias de cessar-fogo, seriam liberados os demais dos prisioneiros, todos homens e soldados.

A última fase do acordo prevê a discussão de um governo alternativo em Gaza e planos para reconstruir a região. De acordo com o secretário Blinken, que participou das negociações junto com representantes do Catar e Egito, os princípios do acordo consideram que o Hamas deve ficar de fora do novo poder em Gaza.

“Ninguém deve esperar que Israel aceite um Estado palestino que seja liderado pelo Hamas ou outros extremistas; que seja militarizado ou tenha milícia armada independente”, afirmou o secretário para assuntos externos do governo de Joe Biden.

Parte do governo de Israel vem pressionando para que o acordo não seja firmado. O ministro da Segurança Nacional do país, Itamar Bem-Gvir, disse que o acordo seria “terrível”.

“Apelo ao meu amigo, o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, para que se junte a mim numa cooperação total contra o terrível acordo que está a ser forjado e para que informemos juntos, de forma clara e decisiva, que, se o acordo for aprovado, nós nos retiraremos do governo juntos”, informou em uma rede social.