O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira, 15, que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a realizar operações secretas na Venezuela. O republicano confirmou também que considera atacar com ações ‘letais’ em terra contra cartéis no país, após uma série de golpes mortíferos em alto-mar contra lanchas supostamente do narcotráfico.
A informação sobre as operações secretas da CIA, que havia sido inicialmente veiculada pelo “The New York Times”, marca uma forte e nova escalada de esforços de Washington para pressionar o regime de Nicolás Maduro.
Em declaração no Salão Oval, Trump foi questionado se havia liberado a agência para “remover” Maduro, e respondeu de forma evasiva.
“É ridículo me fazer essa pergunta. Na verdade, não é uma pergunta ridícula, mas não seria ridículo se eu a respondesse?”.
O presidente havia anunciado na terça-feira um novo ataque contra uma suposta lancha com drogas procedente da Venezuela, no qual teriam morrido seis “narcoterroristas”.
Ataques em terra
A confirmação sobre a atuação da CIA se soma a outras ações recentes do governo republicano que têm gerado controvérsia. Trump também declarou que seu governo está considerando estender a ofensiva para ataques em terra contra cartéis de drogas na Venezuela, após uma série de operações letais em alto-mar contra supostas lanchas do narcotráfico.
A estratégia em alto-mar tem sido questionada por especialistas em direito internacional e por membros do Partido Democrata no Legislativo, que exigem explicações sobre a legalidade das ações.
Até o momento, pelo menos 27 pessoas morreram em ataques em águas internacionais, que usam força letal contra suspeitos sem prévia detenção ou interrogatório. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chegou a afirmar que alguns dos mortos nesses ataques no Mar do Caribe eram de nacionalidade colombiana.
A diretriz confidencial autorizando as ações da CIA é mais uma medida de peso em meio às sanções e aos esforços diplomáticos de Washington para isolar e desestabilizar o governo de Maduro, que os EUA consideram ilegítimo.
*Com informações da Reuters e AFP