O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentará nesta segunda-feira (10), a meses das eleições presidenciais, um roteiro orçamentário que abandona as principais promessas de redução do déficit com base na expectativa de um crescimento econômico elevado e improvável.
O plano final de gastos de Trump para o primeiro mandato enfrenta uma derrota quase certa na Câmara de Representantes controlada pelos democratas, mas oferece uma visão das prioridades do governo.
O orçamento introduz cortes em programas sociais, proteção ambiental e assistência estrangeira para fortalecer a alocação de recursos para defesa e estender cortes de impostos para indivíduos ricos e empresas, de acordo com autoridades e com vários relatos da mídia americana.
A proposta abandona o objetivo declarado de fechar o déficit orçamentário em 10 anos e segue a meta até 2035, segundo a mídia que cita documentos da Casa Branca.
No entanto, mesmo essa extensão de tempo significa que a economia dos EUA crescerá 3% ao ano, o que suportaria maiores receitas tributárias, algo que não foi alcançado de forma consciente em mais de uma década e não foi visto na economia depois de 11 anos consecutivos de crescimento.
Apesar de se comprometer a continuar a guerra de longa data dos republicanos contra o déficit, o governo Trump mostrou pouco interesse em resolver o problema, com um vermelho que deve exceder US$ 1 trilhão este ano, por uma dívida duas vezes maior do que a estimada no primeiro plano orçamentário de Trump.
O projeto de US$ 4,8 trilhões este ano inclui cortes de US$ 2 trilhões em programas não relacionados ao item de defesa, incluindo benefícios como vale-refeição e economia da cobertura de medicamentos receitados do plano Medicare.
O diretor interino de orçamento do governo, Russell Vought, disse nesta segunda-feira que a proposta incluirá mais de US$ 740 bilhões em gastos de defesa, um aumento de 20%. E que US$ 1,5 trilhão de cortes de impostos, que beneficiam principalmente os mais ricos, serão estendidos além de 2025.
A presidente democrata da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, criticou a proposta.
“O orçamento é uma declaração de valores e, mais uma vez, o presidente mostra quão pouco valoriza a boa saúde, a segurança financeira e o bem-estar das famílias americanas que trabalham”, afirmou em um comunicado.
“Ano após ano, o orçamento do presidente Trump tentou infligir cortes devastadores nas linhas de vida críticas, nas quais milhões de americanos confiam”, completou.
Vought defendeu o plano e pediu aos democratas que aprovem os cortes de gastos necessários.
“Acreditamos que podemos fazer uma grande diferença (no déficit) e retornar à área de responsabilidade fiscal”, afirmou, em entrevista à emissora CNBC.