20/09/2019 - 12:23
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira a aplicação de sanções contra o Banco Nacional Iraniano, consideradas por ele “as maiores sanções” já impostas a um país, num contexto de tensões acirradas entre Washington e Teerã por acusações de que o Irã atacou instalações petroleiras na Arábia Saudita.
“Vamos aplicar sanções ao Banco Nacional do Irã”, disse Trump a repórteres, chamando essas sanções de “as maiores sanções já impostas contra um país”.
Essas sanções foram decididas após ataques a refinarias de petróleo na Arábia Saudita no fim de semana, cuja responsabilidade os Estados Unidos atribuem ao Irã, o que Teerã nega.
O Departamento do Tesouro disse em comunicado que o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac) tomou medidas contra o Banco Central do Irã e contra o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Irã.
“O ataque descarado do Irã à Arábia Saudita é inaceitável”, afirmou o secretário do Tesouro, Steven T. Mnuchin. Segundo ele, essas sanções miram em mecanismos cruciais de financiamento da Força Qods, uma unidade dos Guardiões da Revolução encarregada das operações exteriores, o Hezbollah e outros grupos.
O presidente do Banco Central iraniano declarou nesta sexta-feira que as novas sanções americanas contra a instituição demonstram a nula capacidade de influência de Washington, segundo a agência de notícias estatal IRNA.
“As sanções do governo dos Estados Unidos contra o banco central mostram de novo sua nula capacidade de influência contra o Irã”, informou o presidente da entidade, Abdolnaser Hemmati.
O Irã negou estar por trás dos ataques reivindicados pelos rebeldes huthis do Iêmen, um grupo xiita que enfrenta a Arábia Saudita por sua participação em uma coalizão que apoia o governo iemenita na guerra civil.
Os Estados Unidos impuseram uma bateria de sanções contra o Irã após a retirada unilateral de um acordo internacional de 2015 que visa restringir a indústria nuclear iraniana para fins civis – uma política que chama de “pressão máxima”.
O Banco Central e outras instituições essenciais à economia do Irã já estão sob sanções e o governador do órgão emissor também foi colocado na lista suja em maio de 2018.
As sanções, no entanto, não serão acompanhadas de uma reação militar, disse Trump, uma resposta dirigida a críticos de seu governo, que acreditam que o milionário iniciará uma nova guerra e aos “falcões” de Washington, que desejam uma ação militar.
“A coisa mais fácil que eu poderia fazer é derrubar 15 coisas importantes no Irã”, disse Trump a repórteres na Casa Branca.
“Eu poderia fazer isso bem aqui na sua frente. E seria isso. E aí você teria uma bela, grande história para contar”, declarou.
“Mas acho que numa abordagem de uma pessoa forte, o que realmente denota força é mostrar um pouco de contenção”, disse Trump.
“É muito mais fácil do outro jeito. É muito mais fácil, e o Irã sabe que, se se comportar mal, terá as horas contadas”, ameaçou.