O presidente americano, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira (16) “capturar” os responsáveis por divulgarem à imprensa os inúmeros contatos entre a sua equipe de campanha e a inteligência russa no ano passado, além de conversas ocorridas entre seu ex-assessor e o embaixador da Rússia em Washington.

“Os indícios apontam finalmente os delinquentes responsáveis pelo vazamento (de informação). Eles serão pegos!”, escreveu Donald Trump em um tuíte, o último de uma série de ataques no microblog, que considera o vazamento de informações como algo que tem intuito de prejudicar a sua administração.

“O vazamento, incluindo o vazamento ilegal de material confidencial, foi um grande problema para Washington durante anos. O fracassado @nytimes (e outros) devem desculpar-se!”.

O magnata republicano já tinha feito um dia antes referência ao vazamento de informações, que qualificou de “ato criminoso”, porém sem se aprofundar quanto a questão.

Michael Flynn, que renunciou ao cargo de diretor do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca na segunda-feira (13) após revelar ter se comunicado com embaixador russo sobre as sanções impostas por Barack Obama à Moscou, “foi tratado de forma muito injusta pela mídia”, queixou-se o presidente durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca na quarta-feira.

Apesar do tom severo de Trump quanto às informações vazadas, os funcionários da Casa Branca confirmaram que Flynn conversou com o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak, quanto às sanções dos Estados Unidos à Rússia -impostas por Barack Obama em dezembro após a suposta interferência de Moscou às eleições presidenciais americanas- no mesmo dia em que Obama anunciou a extradição de 35 diplomatas russos.

Acrescentaram a informação de que Flynn não foi afastado do cargo por causa das conversas com Kislyak, mas sim por ter omitido ao vice-presidente Mike Pence a respeito da natureza dessas conversas.

O jornal The New York Times também revelou nesta quarta-feira (15), usando como fonte quatro funcionários e ex-funcionários americanos, que os serviços de inteligência dos Estados Unidos teriam registros das conversas ocorridas no ano passado, essas entre a equipe de campanha do republicano e funcionários do alto escalão da inteligência russa.