05/01/2020 - 20:08
O presidente americano, Donald Trump, minimizou neste domingo as críticas que recebeu pelo assassinato de um general iraniano pelos Estados Unidos, ao afirmar que não precisa da aprovação do Congresso, até mesmo para um ataque “desproporcional”.
A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, democrata, liderou o repúdio à decisão de Trump de autorizar um ataque com drones contra Qasem Soleimani em Bagdá, sobre o qual o Congresso foi informado oficialmente apenas ontem.
Dois congressistas democratas anunciaram hoje que apresentarão uma resolução na Câmara dos Representantes para impedir que Trump leve unilateralmente o país a uma guerra com o Irã.
Trump desafiou as reclamações de que operações militares precisam da aprovação do Congresso, ao afirmar que esta era uma instância “não requerida”, e que seu tuíte servirá de notificação se decidir atacar novamente o Irã.
“Estas postagens servirão de notificação ao Congresso que, se o Irã atacar qualquer pessoa ou alvo americano, os Estados Unidos irão responder rápida e completamente e, talvez, de forma desproporcional”, publicou Trump. “Esse aviso legal não é requerido, mas está dado mesmo assim!”
Embora governos anteriores tenham tentado obter apoio bipartidário para operações militares significativas, com avisos aos opositores antes das ações, desta vez nem Pelosi nem o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, foram avisados do ataque contra Soleimani.
Furiosa, Pelosi disse que “este início de hostilidade” aconteceu “sem uma consulta ao Congresso e a articulação de uma estratégia clara e legítima para o Congresso e o público. Reitero meu chamado ao Executivo para uma reunião informativa imediata e completa com o Congresso sobre a ação militar relacionada ao Irã e os próximos passos em consideração”.
Chuck Schumer disse à rede ABC que o preocupa que o presidente leve os Estados Unidos “para o que ele chama de outra guerra interminável no Oriente Médio”.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que o Executivo começou a informar os líderes do Congresso sobre o assunto. Ao ser questionado se o Executivo buscaria autorização para qualquer nova ação militar, respondeu à ABC: “Temos toda a autoridade de que precisamos para fazer o que temos feito até agora. Continuaremos a fazer as coisas de forma apropriada, legal e constitucional.”