Trump adia tarifaço para o dia 6 de agosto

REUTERS/Toby Melville
Donald Trump Foto: REUTERS/Toby Melville

Na ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está previsto um adiamento de sete dias para o início da tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. Orginalmente marcada para entrar em vigor nesta sexta-feira, 1º, a medida passa a valer a partir de 6 de agosto.

A ordem ainda exclui a taxação de alguns itens específicos, como suco de laranja, produtos da aviação civil, celulose, petróleo e certos componentes mecânicos. Setores importantes do agronegócio brasileiro, no entanto, ainda serão fortemente atingidos, com a aplicação de tarifa sobre a carne, café e frutas exportadas aos EUA.

Na tarde desta quarta-feira, 30, Trump assinou o decreto que impõe a taxa de 50%. A medida havia sido anunciada no dia 9 de julho em uma carta divulgada pelo republicano nas redes sociais. O presidente americano justificou a taxação alegando que há uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde então, o governo brasileiro tem tentando negociar uma alternativa com a Casa Branca, mas os contatos foram ignorados.

Em nota, a Casa Branca afirmou que a medida defende interesses de empresas americanas e acusa o Brasil de tomar ações incomuns, além de atentar contra o direito de liberdade de expressão contra os cidadãos dos EUA. A carta ainda cita Bolsonaro e afirma haver perseguição contra o ex-presidente.

“Estabelece uma tarifa adicional de 40% para lidar com as políticas e ações incomuns e extraordinárias do Governo do Brasil que prejudicam empresas dos EUA, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos dos EUA, a política externa dos EUA e a economia dos EUA”, completou.

“A Ordem considera que a perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados pelo Governo do Brasil contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores são graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”, completou o documento.

Outro ponto que incomoda a Casa Branca é a interferência do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regulamentação das big techs e a possibilidade do projeto que regulamenta o setor avançar na Câmara dos Deputados. Para o governo americano, a regulamentação é uma tentativa de interferir nas empresas do país.

Além da taxação, as autoridades norte-americanas abriram investigação interna contra o Pix por considerarem possível prática “desleal” de mercado, o que prejudicaria as bandeiras de máquinas de crédito estadunidense Visa e MasterCard, além do Whatsapp Pay, da gigante da tecnologia Meta.