Conhecidos no meio de “true crime”, seis parentes de vítimas de crimes hediondos em São Paulo resolveram entrar para a política e transformar suas dores em lutas no âmbito da administração pública. Como, por exemplo, Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni, que foi eleita vereadora na capital paulista nas eleições municipais de 2024.

A candidata tem como plataforma o combate à violência infantil e foi eleita com 129.563 votos, a segunda vereadora mais votada no município de São Paulo, segundo mostra o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Esse tema também é caro para a ex-deputada federal Keiko Ota, mãe de Ives Ota, que foi sequestrado e assassinado aos oito anos, em 1990. Neste pleito, ela se candidatou a vereadora pelo Podemos, mas conseguiu o cargo de suplente, com 12.480 votos.

Além dela, o marido, Masakata Ota, entrou para a política e foi eleito vereador na capital paulista entre os anos de 2013 e 2020. Ambos defendiam a ampliação da punição para crimes hediondos. Masakata morreu em 2021, vítima de um câncer.

No Rio de Janeiro, o engenheiro Leniel Borel (PP), pai do menino Henry Borel – morto em 2021 no apartamento onde morava com a mãe, Monique Medeiros e o então padrasto, Dr. Jairinho -, elegeu-se vereador com 34.359 votos. A partir de janeiro de 2025, ele vai ocupar uma cadeira no mesmo local onde trabalhava o réu pela morte de seu filho.

O advogado Ari Friedenbach (PSOL), pai da adolescente Liana Friedenbach – assassinada em 2003 -, também resolveu disputar uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo, mas não conseguiu se eleger, obtendo apenas 1.780 votos. Essa foi a terceira candidatura dele ao posto. Em 2012, ele alcançou uma cadeira como vereador e, em 2016, ficou como suplente.

Já o deputado estadual eleito por dois mandatos, Márcio Nakashima (PDT) concorreu à Prefeitura de Guarulhos, porém obteve 42.034 votos, o que representa 6,55%, não conseguindo se classificar para o segundo turno no município. O parlamentar tem como plataforma o combate à violência contra mulher. Isso se dá pelo fato de sua irmã, Mércia Nakashima, ter sido vítima de feminicídio no ano de 2010.