ROMA, 5 SET (ANSA) – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (5) que tropas ocidentais se tornariam “alvos” para as forças de Moscou caso sejam deslocadas para a Ucrânia.
A declaração chega em meio às negociações para definir garantias de segurança para Kiev, que gostaria de contar com apoio militar dos Estados Unidos e da Europa para dissuadir o Kremlin de novas agressões no futuro.
“Se tropas apareceram ali, sobretudo agora, durante os combates, partimos do pressuposto que serão alvos legítimos”, disse Putin durante um fórum econômico em Vladivostok, no Extremo Oriente russo. Segundo o presidente, uma eventual presença de forças ocidentais “não favoreceria uma paz de longo prazo”.
“Se alcançarmos decisões que levem à paz, então simplesmente não vejo motivos para sua presença em território ucraniano. Se tivermos um acordo, ninguém pode duvidar que a Rússia os respeitará plenamente”, assegurou.
Poucos minutos depois, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou por videoconferência em um fórum econômico em Cernobbio, na Itália, e defendeu que as garantias de segurança prometidas pelos países da chamada Coalizão dos Dispostos, liderada por França e Reino Unido, comecem “antes do fim dos combates”.
“Já há 45 países nessa coalizão, e 26 deles estão prontos para ajudar com um real apoio à nossa segurança. Trata-se de uma grande mudança”, declarou.
Os aliados ocidentais de Kiev trabalham em garantias nos moldes do artigo 5 da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que prevê que um ataque a um país-membro é um ataque a todos, mas sem a adesão ucraniana à aliança. (ANSA).