Troca de lugar em voo: especialista dá dicas de como agir com crianças em situações similares

Troca de lugar em voo: especialista dá dicas de como agir com crianças em situações similares

A administradora de empresas Jeniffer Castro ganhou fama nas redes sociais durante esta semana ao se recusar a ceder um assento na janela de um avião para uma criança e ser hostilizada pela responsável do menino, além de ficar constrangida por ter sido gravada sem autorização. Apesar da “birra” ser normal durante o desenvolvimento, é preciso que os responsáveis tomem certas atitudes para impedir que tal comportamento se repita frequentemente.

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Em entrevista ao programa “Encontro com Patrícia Poeta”, da “TV Globo”, Jennifer contou que foi xingada pela mãe da criança após ela se negar a trocar de lugar com o menino, que queria ficar no assento próximo a janela do avião. Com a recusa, o garoto começou a chorar.

O vídeo que viralizou nas redes sociais foi gravado por uma outra pessoa e mostra Jennifer encostada na janela com fones de ouvido. Na filmagem, é possível notar os choros da criança ao fundo e reclamações por parte de uma voz feminina. A publicação original, feita no TikTok, carregava a legenda: “E minha mãe que encontrou uma pessoa sem empatia com criança”.

“Ela não quis trocar com a criança que está nervosa. Só porque não quer trocar de lugar. Perguntei se ela tem alguma síndrome, alguma coisa. Se ela tivesse algum problema, a gente entenderia”, diz a autora da gravação.

As imagens foram feitas sem permissão e o caso repercutiu nas redes. O vídeo, que tinha a intenção de “denunciar” a atitude de Jennifer, causou o efeito contrário e acumulou uma série de comentários em defesa da jovem.

Nas redes sociais, foram feitos diversos comentários criticando a postura da mãe e questionando uma suposta falta de limites na criação do garoto. Apesar disso, não é possível por apenas um vídeo determinar o contexto familiar e social da criança.

De acordo com a psicóloga Léia Magalhães, os pais desde cedo precisam auxiliar as crianças para elas entenderem que haverá momentos em que ela terá o que deseja e outros não. “A frustração faz parte”, comenta a especialista.

Um dos exemplos mais comuns, citado pela psicóloga, é quando um responsável nega a compra de um brinquedo em uma loja, o que faz a criança fazer “birra”.

Léia aponta que, em momentos como este, os pais precisam acolher a criança e mostrar que entendem a frustração. “Não adianta só falar que não pode, você precisa explicar para ela que pode sentir isso, mas ao mesmo tempo precisa lidar com essa situação”, declara a psicóloga, acrescentando que não fazer isso pode trazer problemas para as futuras fases da vida.

Segundo a especialista, a “birra” faz parte do desenvolvimento, mas também é preciso entender que existem crianças com questões comportamentais por terem algum transtorno que precisa ser avaliado. “Se os pais perceberem que isso é uma repetição, é importante procurar um psicólogo.”