O dólar apresentou queda em relação a outras moedas principais nesta sessão, após a interpretação por investidores de que o tom conciliatório adotado pelo presidente da China, Xi Jinping, em um discurso sobre a abertura do país ao comércio global diminui o risco de uma escalada tarifária pautada pelo protecionismo.

Já o euro apresentou valorização após sinalização de um dirigente do Banco Central Europeu (BCE) de que a instituição deve encerrar o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) antes do fim deste ano.

No horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar subia para 107,17 ienes, o euro avançava para US$ 1,2360 e a libra subia para US$ 1,4177. Já o índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de outras seis moedas principais, fechou em queda de 0,28%, a 89,838 pontos. Ante a divisa russa, o dólar saltava para 62,917 rublos.

O aceno de Xi, que se comprometeu a ampliar significativamente a abertura dos setores financeiro e industrial de Pequim a outros países, vai ao encontro de preocupações de investidores com relatos de que a China estaria considerando a depreciação do yuan como uma arma em uma eventual guerra comercial com os EUA.

As palavras do líder chinês, consideradas “gentis” pelo presidente americano, Donald Trump, aumentam a expectativa por uma solução negociada para o impasse tarifário sustentado entre as duas economias nas últimas semanas. “Vamos fazer grande progresso juntos!”, prometeu Trump em uma mensagem de agradecimento ao discurso de Xi, publicada na conta do presidente americano no Twitter.

Diante desses desdobramentos, a percepção é de que o adoção da desvalorização cambial por Pequim se torna cada vez menos provável.

“A retórica construtiva (de Xi) atenuou temores imediatos em torno de guerras comerciais e ajudou a fortalecer o apetite a risco, o que conteve a demanda pelo iene”, afirma a Sucden Financial em relatório a clientes. “Mas os mercados ainda estão alertas sobre as tensões no Oriente Médio e o risco de uma intervenção militar dos EUA na Síria”, acrescenta a consultoria.

Na zona do euro, o presidente do BC da Áustria, Ewald Nowotny, afirmou que o BCE deve encerrar suas compras de ativos ainda antes do fim deste ano e que poderia já elevar a taxa de depósito. Nowotny é integrante do conselho diretivo do BCE.