O político mais popular da Tailândia foi banido das atividades políticas durante 10 anos e seu partido foi dissolvido devido aos planos de reformar as arcaicas leis de difamação da realeza do país, decidiu o principal tribunal tailandês.

A Corte Constitucional votou por unanimidade a favor da dissolução do partido ‘Move Forward’ (MFP) e inabilitou todos os dirigentes da legenda por 10 anos, incluindo o seu ex-líder Pita Limjaroenrat, anunciou o juiz Punya Udchachon.

Com a decisão, Limjaroenrat, 43 anos, que liderou o MFP nas eleições de maio de 2023, quando o partido foi o mais votado, não poderá participar de atividades políticas durante a próxima década.

O ex-empresário prometeu reformar as severas leis tailandesas contra a difamação da realeza, o que rendeu um forte apoio entre os eleitores jovens e das grandes cidades nas eleições do ano passado.

A candidatura de Limjaroenrat ao cargo de primeiro-ministro foi bloqueada pelas forças conservadoras do Senado.

Sua carreira política sofreu um abalo em março, quando a Comissão Eleitoral pediu ao principal tribunal do país a dissolução do MFP, após uma decisão judicial segundo a qual a promessa de reformar as leis de lesa-majestade era uma tentativa de derrubar a monarquia constitucional.

A ONG Human Rights Watch considera que as leis são utilizadas para silenciar a dissidência política.

As acusações de lesa-majestade são muito graves na Tailândia, onde o rei Maha Vajiralongkorn é considerado uma figura quase divina e à margem das disputas políticas.

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