Tribunal suspende divulgação de documentos da Casa Branca sobre ataque ao Capitólio

Tribunal suspende divulgação de documentos da Casa Branca sobre ataque ao Capitólio

Um tribunal dos EUA acatou nesta quinta-feira o pedido do ex-presidente Donald Trump para suspender temporariamente a divulgação de documentos da Casa Branca que poderiam envolvê-lo no ataque de 6 de janeiro ao Capitólio.

Os documentos haviam sido solicitados pelo comitê da Câmara dos Representantes que investiga a invasão à sede do Congresso, e um juiz distrital ordenou ontem a liberação dos mesmos. No entanto, a Corte de Apelações para o circuito da capital federal emitiu hoje uma ordem administrativa que dá aos juízes mais tempo para examinar o pedido de Trump, e programou a apresentação dos argumentos orais da apelação para o próximo dia 30.

O painel de três juízes especificou que a medida “não deve ser interpretada de forma alguma como uma decisão sobre o mérito” do caso. O painel da Câmara deveria receber o primeiro lote de documentos nesta sexta-feira.

A câmara solicitou centenas de documentos, incluindo a lista de pessoas que visitaram Trump ou telefonaram para ele no dia do ataque ao Capitólio. As mais de 770 páginas de documentos incluem material sobre as atividades do ex-chefe de gabinete de Trump Mark Meadows, de seu ex-assessor Stephen Miller e de seu ex-advogado adjunto Patrick Philbin.

Trump também esperava bloquear a divulgação do Diário da Casa Branca, um registro de suas atividades, viagens, reuniões e ligações telefônicas.

Outros documentos aos quais o ex-presidente não deseja que o Congresso tenha acesso são memorandos dirigidos à sua ex-secretária de imprensa Kayleigh McEnany, uma nota manuscrita sobre os acontecimentos de 6 de janeiro, e um rascunho de seu discurso na manifestação Salvemos os Estados Unidos, entregue logo antes do ataque.

Em 6 de janeiro, milhares de simpatizantes do presidente republicano invadiram a Câmara de Representantes, em uma tentativa de bloquear a validação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.

Pouco antes do ataque, Trump discursou para uma multidão a centenas de metros do Capitólio e denunciou, sem apresentar provas, que foi vítima de fraude nas eleições presidenciais de novembro de 2020.