A Corte de Cassação francesa confirmou nesta quarta-feira (26) a condenação do ex-presidente Nicolas Sarkozy por se beneficiar de financiamento ilegal durante sua campanha eleitoral de 2012, um caso diferente daquele que o levou à prisão este ano.
Sarkozy, de 70 anos, foi condenado em apelação no dia 14 de fevereiro de 2024 a 12 meses de prisão, dos quais seis meses de cumprimento obrigatório, por se beneficiar, como candidato à reeleição, de um financiamento político ilegal.
As investigações revelaram que foi criado um sistema de dupla fatura para ocultar o aumento dos gastos de sua campanha fracassada, quase o dobro do limite autorizado de 22,5 milhões de euros (140 milhões de reais).
O sistema atribuía ao então partido conservador UMP uma grande parte do custo dos comícios, sob o pretexto de convenções fictícias. Sarkozy sempre rejeitou qualquer “responsabilidade penal” neste caso.
O tribunal impôs uma pena inferior à de primeira instância, que em 2021 o sentenciou a um ano de prisão sem suspensão, e ainda abriu a possibilidade de que ele cumpra a pena em casa com uma tornozeleira eletrônica.
A condenação pelo chamado caso Bygmalion é a segunda definitiva contra o marido da cantora Carla Bruni na França, após o caso das escutas. Em virtude deste último, ele já usou entre fevereiro e maio uma tornozeleira eletrônica.
O presidente conservador entre 2007 e 2012 ainda enfrenta outros problemas judiciais. Entre 16 de março e 3 de junho, será julgado em apelação pelo suposto financiamento ilegal de sua primeira campanha presidencial.
Em setembro, a Justiça o condenou a cinco anos de prisão por permitir que pessoas próximas a ele se aproximassem da Líbia de Muammar Gaddafi, falecido em 2011, para obter fundos com os quais financiou ilegalmente a campanha que o levou ao poder em 2007.
Embora Sarkozy pudesse recorrer da sentença, o tribunal ordenou a aplicação imediata da pena, razão pela qual passou 20 dias na prisão parisiense de la Santé entre outubro e novembro antes de obter liberdade condicional.
No dia 10 de dezembro, ele deve publicar um livro sobre sua experiência na prisão, a primeira de um ex-chefe de Estado francês desde o final da Segunda Guerra Mundial.
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